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Fortalecido, Alckmin vira opção para presidir PSDB

O entorno de Alckmin avalia que a presidência do partido é o melhor caminho para um pré-candidato à Presidência viajar o Brasil antes da campanha

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 4 jun 2024, 20h28 - Publicado em 2 nov 2017, 08h03

Em meio à guerra fratricida no PSDB pelo comando do partido, as correntes internas convergem na defesa do governador Geraldo Alckmin como candidato à Presidência da República em 2018. O nome do chefe do Executivo paulista também passou a ser cotado como alternativa para chefiar a sigla no próximo ano, o que evitaria um racha na convenção tucana marcada para o dia 9 de dezembro.

Alckmin foi sondado recentemente por deputados sobre a possibilidade de presidir a sigla, mas desconversou. Embora não descarte a ideia, ele quer preservar a boa relação que mantém com os dois nomes que pleiteiam o cargo: o governador de Goiás, Marconi Perillo, e o senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino do partido.

Ambos apoiam a pré-candidatura presidencial de Alckmin, bem como a maioria da bancada do PSDB na Câmara. Aliados de Perillo dizem que ele aceitaria abrir mão da disputa caso houvesse uma convergência em torno da tese de eleger o governador paulista para liderar o PSDB. Já Tasso ainda não oficializou sua intenção de tentar a reeleição, o que deve acontecer na semana que vem.

A avaliação no entorno de Alckmin é a mesma de setores antagônicos do PSDB: a presidência nacional do partido é o melhor caminho institucional para um pré-candidato ao Palácio do Planalto viajar o Brasil antes do início de fato da campanha, em meados do ano que vem.

“Aécio foi eleito presidente do PSDB antes de disputar à Presidência, assim como (o ex-governador) Eduardo Campos, que era presidente do PSB. O Geraldo Alckmin teria uma boa condição para promover a convergência no partido”, disse o ex-senador José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela, braço teórico do PSDB.

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Disputa

O deputado Ricardo Tripoli (SP), líder do PSDB na Câmara, avalia que o nome de Alckmin é atualmente consensual no partido para disputar à Presidência. “A candidatura do Geraldo em 2018 é consenso no partido. O prefeito João Doria é um bom nome, mas precisa de mais tempo”, afirmou.

Sobre a disputa interna, ele defende, porém, o nome de Tasso. “Ele tem o apoio da maioria da bancada federal e dos senadores, além da simpatia do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”, disse Tripoli, destacando que Perillo é governador e deve disputar o Senado, enquanto Tasso estará livre em 2018.

Tasso recebeu Perillo nesta quarta em Brasília e ouviu dele a confirmação oficial de sua pré-candidatura a presidente do PSDB.

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No encontro, o governador de Goiás indicou apoio ao movimento pró-desembarque do governo Michel Temer. “O PSDB deu a sua contribuição, ajudou no impeachment (da presidente cassada Dilma Rousseff), mas agora chega a hora em que vamos focar na eleição”, afirmou.

Segundo Perillo, “seria natural” o desembarque no final deste ano, quando considera que os ministros tucanos devem deixar o governo para focar na eleição de 2018.

O PSDB tem quatro ministros no governo do presidente Michel Temer: Bruno Araújo (Cidades), Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Luislinda Valois (Direitos Humanos). Destes, os três primeiros são parlamentares licenciados e devem disputar a reeleição no próximo ano. Oficialmente, o prazo de desincompatibilização vai até abril de 2018.

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Visto como integrante do grupo mais governista do partido, Perillo disse que sempre transitou em todas as alas da sigla. “Não me interessa ser integrante da ala A, B ou C, e sim da unidade”, declarou. Segundo ele, o partido vai fazer “um desembarque educado e normal”.

Candidatura única

Tasso não descartou a sua candidatura, pois disse que tem uma “identificação forte” com uma corrente que existe dentro da legenda e que está sendo pressionado a disputar. Ele ponderou, no entanto, que poderia aceitar um acordo por uma candidatura única. “Mais importante do que uma conversa sobre o nome de um ou de outro são as ideias. Se as ideias forem as mesmas, nada impede que o nome do candidato seja um só.”

O senador cearense garantiu que ficará no cargo interinamente até a Convenção Nacional do PSDB, em dezembro, quando deve ocorrer a eleição. Já Aécio Neves continua como presidente licenciado até lá.

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A visita do governador de Goiás ao Congresso ocorreu um dia após deputados tucanos discutirem com o Tasso, que classificou o episódio como “uma reação delirante de Minas e Goiás”.

Durante o encontro de ontem com Jereissati, Perillo tentou desfazer o mal-entendido e creditou o ocorrido ao temperamento do deputado Giuseppe Vecci (GO), um dos principais envolvidos. Em conversas reservadas, Perillo disse que o deputado Vecci tem “sangue de italiano” e costuma se envolver em discussões.

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