Entre as mulheres, Marina sobe e votos de Bolsonaro caem pela metade
Resultado está nos novos recortes da pesquisa Ibope, divulgados nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo
Novos recortes da pesquisa do instituto Ibope, divulgados nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo, mostram que a resistência entre o eleitorado feminino segue como o principal entrave à candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (PSL). A intenção de voto do capitão da reserva, que é de 18% entre o eleitorado geral, oscila consideravelmente quando se observa o sexo dos questionados. Entre os homens, o candidato do PSL tem 28% das intenções de voto, índice que é de apenas 13% – menos da metade, portanto – entre as mulheres.
Isso é um problema para Bolsonaro uma vez que 52% do eleitorado brasileiro é feminino. Entre os temas mais sensíveis para o capitão junto a esse público está a questão da igualdade salarial entre gêneros. Durante o primeiro debate, na Band, o postulante do PSL afirmou ser contra que o estado interfira na iniciativa privada para garantir que homens e mulheres recebam salários iguais pelo mesmo trabalho, reacendendo uma polêmica que vem desde 2014, quando, em entrevista ao jornal Zero Hora, ele afirmou que a gravidez poderia ser uma justificativa aceitável para a diferença – que, segundo o IBGE, é de cerca de 25%.
O tema foi retomado no debate da RedeTV! pela candidata da Rede, Marina Silva, que alcançou um momento de maior destaque do encontro ao confrontar Bolsonaro sobre essa questão. Marina, por sinal, cresce entre elas: a ex-ministra aparece com 15% entre as mulheres, contra 10% entre os homens, um crescimento de 5 pontos percentuais. Fora os postulantes de PSL e Rede, quem mais oscila pelo recorte de gênero é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem 35% entre homens e 39% entre mulheres.
Essa tendência já havia sido identificada pela pesquisa do instituto Ideia Big Data, divulgada com exclusividade por VEJA no último dia 27 de julho. No levantamento, Bolsonaro aparecia com sólida intenção de voto mesmo na pesquisa espontânea, quando a relação de candidatos não é apresentada ao eleitor. No entanto, esse índice, que era de 22% entre os homens, caía para 7% – um terço – entre as mulheres.