Em debate pobre, maioria dos não convertidos saiu do jeito que entrou
Veja avaliações dos institutos Atlas Político e Quaest sobre os desempenhos de Lula e Bolsonaro

O último debate entre os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, na TV Globo, nesta sexta-feira, 28, foi marcado pelas acusações de mentiroso e corrupto feitas um ao outro, pela profusão de números pouco confiáveis sobre os supostos feitos de seus governos, pela perda de tempo com temas muito secundários e pelo excesso de tergiversação em cada pergunta espinhosa.
Com uma eleição apertada, era importante para os dois candidatos se sair bem no confronto. Mas nesse cenário de indigência política que marcou o debate, difícil saber quem venceu. Mas tem quem tente.
O instituto Atlas Político, por exemplo, fez uma pesquisa qualitativa com os indecisos. Após três dos quatro blocos do debate, 57,1% dos eleitores acharam que Lula se saiu melhor. Outros 26,7% disseram que foi Bolsonaro, e nada menos que 16,2% simplesmente disseram que não sabiam.
Ainda segundo o mesmo instituto, a maioria (69%) dos eleitores de Simone Tebet no primeiro turno dizem que tendem a apoiar Lula contra 9% que vão optar por Bolsonaro — 22% também não souberam dizer. Já entre aqueles que foram de Ciro Gomes no primeiro turno, 38% afirmaram que vão optar por Lula no próximo domingo e 19% disseram que irão de Bolsonaro — 44% disseram não saber.
Mas o mais significativo foi o impacto naqueles eleitores que não votaram no primeiro turno em ninguém: simplesmente 80% deles saíram do debate dizendo que continuam sem saber em quem votar. Os outros 20% se dividiram entre Lula (10%) e Bolsonaro (10%).
A Quaest também tentou saber quem se saiu melhor. Monitoramento feito pelo instituto apontou que Bolsonaro teve mais avaliações negativas (64%) do que positivas (36%). Já Lula dividiu opiniões: 51% avaliaram de forma positiva o seu desempenho, enquanto 49% disseram que o petista foi mal.
O monitoramento da Quaest levou em conta as menções feitas por usuários de internet durante os quatro blocos no Twitter, Instagram, Facebook, sites e blogs.
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