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Eleitores sinalizaram em 2024 caminho pelo centro, com inclinação à direita

Boulos naufragou com uma campanha confusa, ideias desgastadas e falta de conexão com as aspirações do eleitor - resumo do desempenho da esquerda

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 dez 2024, 07h00

A sinalização dada pelo eleitor nas disputas municipais deste ano não poderia ter sido mais clara: o caminho escolhido foi pelo centro, com muita inclinação à direita. Juntos, PSD, MDB, PP, União Brasil, PL e Republicanos, por essa ordem de chegada, levaram 65% das 5 570 prefeituras do país — não por acaso, boa parte dessas siglas está entre as mais beneficiadas por emendas parlamentares, que se mostraram decisivas na eleição. O PT, que tentou usar Lula para se recuperar dos vexames de 2016 e 2020, teve um desempenho pífio, com 252 prefeitos eleitos, menos que o antigo rival PSDB (276), cuja morte foi anunciada várias vezes.

Nas capitais, o domínio da centro-direita foi absoluto: apenas duas metrópoles, ambas no Nordeste, foram conquistadas por siglas à esquerda: Fortaleza, com Evandro Leitão (PT), e Recife, com João Campos (PSB) — este, ao lado de Bruno Reis (União) em Salvador, um dos campeões de voto, ambos com 78% de apoio nas urnas. Lula não foi o único cabo eleitoral superestimado. O seu arquiadversário Jair Bolsonaro também enfrentou dificuldades. O PL elegeu quatro prefeitos em capitais, mas só a campanha de Abilio Brunini (Cuiabá) teve envolvimento pessoal do ex-presidente. Outros nomes apoiados por ele foram ao segundo turno, mas perderam, como André Fernandes (Fortaleza), Bruno Engler (Belo Horizonte), Alberto Neto (Manaus), Fred Rodrigues (Goiânia) e Éder Mauro (Belém), todos do PL. Alexandre Ramagem nem isso conseguiu no Rio, batido no primeiro turno por Eduardo Paes (PSD).

Os governadores se mostraram apoiadores melhores e obtiveram triunfos difíceis em capitais, como Ronaldo Caiado (Goiás), Ratinho Jr. (Paraná), Helder Barbalho (Belém) e Tarcísio de Freitas, o maior fiador de Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo. O prefeito da maior cidade viu a ida ao segundo turno ameaçada pelo fenômeno Pablo Marçal (PRTB), mas, ao fim, bateu Guilherme Boulos (PSOL). O candidato de Lula foi quem mais gastou no Brasil (81 milhões de reais), mas naufragou com uma campanha confusa, ideias desgastadas e falta de conexão com as aspirações do eleitor — um resumo do que foi a ampla derrota da esquerda no país.

Publicado em VEJA de 20 de dezembro de 2024, edição nº 2924

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