Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Eleições municipais de 2020: a vez do centro

Afetadas pela pandemia e com as campanhas de rua reduzidas, as disputas abafaram os extremos

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 13h39 - Publicado em 24 dez 2020, 06h00

Se as eleições de 2018 privilegiaram o avesso da política tradicional brasileira, com a ascensão de um presidente sem um grande partido e que apostava no radicalismo e na guerra ao politicamente correto, o eleitor indicou, dois anos depois, que decidiu olhar para outra direção. Afetadas pela pandemia e com as campanhas de rua reduzidas, as disputas municipais abafaram os extremos e apontaram para o centro. Como resultado, partidos como o MDB, PP, PSDB, DEM e PSD consagraram-se os principais vitoriosos e vão comandar o maior número de municípios no país — juntas, as cinco legendas estarão à frente de mais da metade das cidades, entre elas as principais e mais populosas capitais, como Rio de Janeiro, onde triunfou o democrata Eduardo Paes, e São Paulo, que reelegeu o tucano Bruno Covas. As estatísticas não deixam dúvidas de que a guinada, de fato, ocorreu. Mas o efeito e a duração dessa mudança de postura são incertos. No pleito municipal, sabe-se, o eleitor privilegia o gestor que lhe atende em questões práticas do cotidiano, como oferta de creches, melhoria dos serviços públicos e obras necessárias à região. Temas nacionais, como economia, desemprego e corrupção, portanto, não são levados em consideração nesse momento.

Ainda assim, o recado das urnas serve para mostrar que as bases da campanha de Jair Bolsonaro em 2018, movida pelo discurso da antipolítica e com exaltação ao novo, não se perpetuaram no pleito seguinte. Os principais nomes apoiados pelo presidente ficaram no meio do caminho. Pensando em pavimentar a sua reeleição em 2022, Bolsonaro apostava em acomodar seus aliados em cidades estratégicas, mas o plano não deu certo. Percebendo que de 2018 para cá a bússola do eleitor já estava indicando uma outra direção, o presidente moderou o discurso, sinalizou para setores da sociedade que antes repudiava e tem procurado aproximar seu governo cada vez mais das forças políticas de centro, com destaque para os partidos do chamado Centrão, grupo que, até bem pouco tempo, era demonizado pelos bolsonaristas, mas que, hoje, é visto como a melhor alternativa para garantir a estabilidade, recolocar o país na rota do crescimento econômico e, claro, garantir a reeleição.

Publicado em VEJA de 30 de dezembro de 2020, edição nº 2719

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.