Dodge autoriza ampliação da força-tarefa da Lava Jato no Rio
Procuradora-geral anunciou a decisão após reunião com os integrantes do grupo, responsável pelos processos contra políticos como Cabral e Temer
Menos de uma semana depois das operações que resultaram na prisão do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco, ambos do MDB, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, anunciou a ampliação da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio.
Indicada por Temer para o cargo em 2017, Dodge atendeu a um pedido do procurador Eduardo El Hage, coordenador da divisão carioca da investigação junto ao Ministério Público Federal (MPF). A decisão foi anunciada durante reunião realizada entre a procuradora-geral e os atuais integrantes do grupo.
Hoje, a força-tarefa tem onze procuradores e, com a medida, passará a catorze. Dos novos membros, dois terão dedicação exclusiva e um terceiro atuará de forma parcial.
Segundo a PGR, a Lava Jato no Rio já resultou em cinquenta denúncias contra 302 pessoas e em quarenta condenações. Nos processos, que são julgados no estado pelo juiz federal Marcelo Bretas, o MPF investigou e a Justiça condenou um esquema de corrupção centrado na figura do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), condenado oito vezes por desvios em diversas áreas, com penas que já somam 198 anos.
Além de Cabral, outros políticos influentes do estado estão entre os que foram alvo das ações da força-tarefa, como o ex-governador Luiz Fernando Pezão (MDB), preso no exercício do cargo, e os ex-deputados estaduais Edson Albertassi, Paulo Melo e Jorge Picciani, este detido enquanto era presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Recentemente, as investigações avançaram para a figura de Temer, que acabou libertado da prisão preventiva nesta segunda-feira, 25, pelo desembargador Ivan Ahié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). A mesma decisão também valeu para Moreira Franco e para um amigo próximo de Temer, o policial reformado e ex-assessor João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima.
A força-tarefa vai recorrer da decisão de Athié. O ex-presidente foi acusado de ser o chefe de uma facção criminosa que atuou, entre outros delitos, em desvios nas obras da usina de Angra-3. Ele nega as acusações.