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‘Desnecessário’, diz advogado de Flávio sobre arrombamento de loja

Frederick Wassef afirma que o senador está 'tranquilo', mas não esperava operação 'desta magnitude' nas proximidades do Natal

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 dez 2019, 19h10 - Publicado em 18 dez 2019, 17h30

O advogado do senador Flávio Bolsonaro (Aliança-RJ), Frederick Wassef, criticou nesta quarta-feira, 18, o modo como o Ministério Público do Rio de Janeiro cumpriu um mandado de busca e apreensão na loja de chocolates que tem Flávio como sócio, em um shopping na Zona Oeste do Rio. O local foi arrombado, segundo Wassef, que classifica a medida como “desnecessária”.

“Não havia ninguém na loja, chegaram cedo e arrombaram para entrar. Não era necessário esse procedimento para entrar em uma loja de chocolates, uma empresa. Era só esperar chegar um funcionário que prontamente ia atender ao pedido da autoridade e tudo estaria certo. Então é desnecessária a forma como está se dando isso”, disse Wassef a VEJA.

O advogado afirma que Flávio está “absolutamente tranquilo” após a operação de hoje, que tem entre os alvos o ex-assessor Fabrício Queiroz e apura a prática de “rachadinha” no gabinete do senador quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro.

Além da loja do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, uma franquia da marca Kopenhagen no shopping Via Parque, na Barra da Tijuca, foram alvos de buscas endereços de Queiroz e de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Bolsonaro, entre outros.

“Não esperávamos isso em véspera de Natal, uma operação dessa magnitude”, afirmou o advogado, que ainda não teve acesso à decisão judicial que baseou a ação. Sem especificar ao que se refere, Wassef disse ter recebido relatos sobre “extrapolação dos limites da decisão judicial”. “Estão fazendo busca e apreensão de forma generalizada, inclusive contra pessoas e objetos que não fazem parte do mandado, o que é uma ilegalidade”.

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As suspeitas de “rachadinha” no gabinete de Flávio da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) vieram a público em dezembro de 2018, por meio de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que indicou operações financeiras atípicas nas contas de Fabrício Queiroz. VEJA revelou à época que o relatório mostrava transferências bancárias feitas por funcionários do gabinete a uma conta do ex-assessor. O mesmo documento do Coaf trouxe a informação de que Queiroz fez pagamentos que somaram 24.000 reais na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

No mandado de busca e apreensão, expedido em 17 de dezembro, o juiz Flávio Itabaiana de Olveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Rio, autorizou o Ministério Público a ter “acesso a extração de qualquer conteúdo armazenado nos materiais apreendidos, inclusive registros de diálogos telefônicos ou telemáticos, como mensagens SMS ou de aplicativos WhatsApp”.

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