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Black das Blacks: VEJA com preço absurdo

COP30 começa com um ‘bode na sala’ para Lula

Organização rende dividendos políticos ao presidente, mas discurso pelo fim dos combustíveis fósseis esbarra na licença para explorar petróleo

Por Marcela Rahal Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 nov 2025, 13h49 - Publicado em 7 nov 2025, 13h48

Os primeiros eventos ligados à COP 30, em Belém, foram marcados por um clima de alívio e euforia. As previsões pessimistas sobre a infraestrutura da cidade e a logística do evento ficaram para trás. Segundo o colunista Robson Bonin, de Radar, o Pará “entregou o que prometeu” e conseguiu organizar o maior evento climático do planeta “sem fiasco e com forte simbolismo político”.

“A cidade virou a capital do mundo climático, com delegações de todos os continentes. Isso já dá a Lula dividendos importantes, porque ele transformou Belém em vitrine do Brasil ambiental”, avaliou Bonin, no programa Os Três Poderes, da VEJA.

O colunista destacou que, antes mesmo das negociações começarem, o presidente já colheu ganhos políticos internos e externos por sediar a conferência no coração da Amazônia.

O desafio de sustentar dois discursos

A fala de Lula, no entanto, trouxe uma contradição: o presidente defendeu o fim dos combustíveis fósseis, mas o Ibama acabou de liberar a exploração de petróleo na Margem Equatorial, uma das fronteiras mais sensíveis da Amazônia.

“O governo tenta equilibrar o discurso ambiental com as necessidades econômicas. O Brasil quer se afirmar como potência ecológica, mas não pode abrir mão do petróleo, que é uma fonte essencial de receita”, explicou José Benedito da Silva.

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Segundo ele, o Planalto aposta em um argumento pragmático: usar os lucros do petróleo para financiar a transição energética. “O problema é convencer o mundo de que isso é coerente”, ponderou.

Amazônia pobre, floresta ameaçada

Para José Benedito, o governo também tenta vincular a pauta ambiental a um discurso de desenvolvimento social. Ele lembrou que 29 milhões de brasileiros vivem na Amazônia, região com baixos índices de renda e altos índices de violência.

“Sem oportunidades econômicas, a população fica vulnerável à criminalidade e à exploração predatória. O petróleo é visto por governadores da região como chance de reverter esse quadro”, disse.

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Bonin complementou: “O simbolismo é enorme, mas a COP é famosa por produzir mais declarações do que resultados. O governo precisa transformar discurso em entregas concretas”.

O “bode na sala” da política ambiental

A decisão de explorar petróleo em plena conferência ambiental é, segundo os comentaristas, o “bode na sala” da COP brasileira. O contraste entre a retórica ecológica e a prática econômica deve marcar as próximas semanas do evento.

“Enquanto o governo tenta se vender como mediador global, vai ser cobrado pela contradição interna. É um discurso de transição, mas também de sobrevivência política e fiscal”, avaliou José Benedito.

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Para Bonin, o saldo inicial é positivo, mas o desafio de Lula é manter o protagonismo sem se perder entre o idealismo climático e o pragmatismo econômico.

“A COP começou bem para o governo. Belém funcionou, o Brasil virou vitrine. Mas, no fundo, o dilema é simples: o país quer liderar o debate sobre o futuro do planeta — enquanto continua tirando petróleo da terra”, concluiu.

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