Como o Centrão vê a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro e as chances de Tarcísio
Os nomes realmente competitivos ainda estão na sombra, avalia o colunista Robson Bonin no programa Ponto de Vista
O anúncio repentino da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência, feito na última sexta-feira, continua produzindo ondas em Brasília — não exatamente de entusiasmo. Segundo o colunista Robson Bonin, do Radar, em participação no programa Ponto de Vista desta terça, 9, líderes do Centrão receberam o movimento com “profundo ceticismo” e classificaram o gesto como um balão de ensaio sem coordenação política, pensado mais para resolver problemas internos da família Bolsonaro do que para estruturar um projeto competitivo da direita para 2026 (este texto é um resumo do vídeo acima).
Um lançamento sem planejamento e sem articulação
Bonin destaca que a pré-candidatura não seguiu nenhum dos ritos básicos de articulação partidária: “Não houve conversa prévia, amadurecimento ou construção interna. Foi um anúncio para atender a urgências do clã, não para derrotar Lula.”
A reação no Centrão vem desse diagnóstico: a escolha de Flávio não decorre de estratégia eleitoral, mas de necessidades imediatas do grupo familiar, impactado pela prisão de Jair Bolsonaro.
Disputa por herança política dentro do clã
A detenção do ex-presidente desencadeou uma corrida entre os seus herdeiros políticos. Segundo Bonin, Eduardo Bolsonaro se queimou em articulações anteriores e perdeu espaço. Já Michelle Bolsonaro, embora influente entre evangélicos e mulheres, é vista como uma liderança que poderia se distanciar do projeto no futuro — o que pesa contra ela dentro da família.
Flávio, portanto, surge como o nome viável para manter vivo o “selo Bolsonaro”: “A candidatura cumpre o papel de manter o nome Bolsonaro em evidência, mobilizar as bases e dar discurso ao grupo num momento em que o impacto da prisão já se dissipava.”
Essa visibilidade também fortalece outros movimentos internos, como o de Carlos Bolsonaro, que tenta viabilizar sua candidatura ao Senado por Santa Catarina.
Para o Lula, um adversário dos sonhos
A repercussão no campo governista não poderia ter sido melhor. A esquerda recebeu o anúncio como um presente: “Flávio é o candidato ideal para Lula”, diz Bonin, traduzindo a leitura dominante no Planalto.
A presença do sobrenome Bolsonaro no topo da chapa encorpa a principal narrativa petista: a de que Lula seria o contraponto responsável ao radicalismo e ao caos associados ao governo anterior.
2026 está longe — e o verdadeiro jogo ainda não começou
Para Bonin, a movimentação tem impacto imediato, mas pouca durabilidade estratégica. A pré-candidatura coloca a direita em movimento, gera manchetes e mantém o clã em cena — mas não define o tabuleiro.
Os nomes realmente competitivos ainda estão na sombra, principalmente Tarcísio de Freitas, que continua sendo tratado pelo Centrão como o potencial candidato com maior viabilidade real, embora precise ganhar projeção nacional.
“O anúncio de Flávio serve mais para fazer barulho do que para decidir a eleição. O jogo de verdade vem depois.”
Enquanto isso, a direita segue multiplicando pré-candidaturas, alimentando um debate que tem mais ruído do que consistência — e cujo propósito, por ora, é apenas manter o tema 2026 aceso.
VEJA+IA: Este texto resume um trecho do programa audiovisual Ponto de Vista (confira o vídeo acima). Conteúdo produzido com auxílio de inteligência artificial e supervisão humana.







