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CNBB condena discursos radicais e pede respeito à democracia

Comunicado reafirma posição dos bispos católicos de seguir o que prega o evangelho — e que decisão eleitoral cabe ao eleitor

Por Agência Brasil Atualizado em 4 jun 2024, 16h40 - Publicado em 24 out 2018, 17h31

O Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) defendeu nesta quarta-feira, a quatro dias do segundo turno, que a democracia seja respeitada, e valores, como justiça e paz social, preservados. Citando o clima de violência, o órgão fez um apelo ao bom senso. “Exortamos a que se deponham armas de ódio e de vingança que têm gerado um clima de violência, estimulado por notícias falsas, discursos e posturas radicais, que colocam em risco as bases democráticas da sociedade brasileira”, diz comunicado divulgado pela CNBB.

Para a organização, é fundamental que cada um se policie para evitar o acirramento de ânimos. “Toda atitude que incita à divisão, à discriminação, à intolerância e à violência, deve ser superada. Revistamo-nos, portanto, do amor e da reconciliação, e trilhemos o caminho da paz.”

Os bispos se reuniram na terça e na quarta-feira em Brasília, na sede da CNBB. No encontro, reiteraram a disposição do diálogo e de colaboração: “A CNBB reafirma seu compromisso, sobretudo por meio do diálogo, de colaborar na busca do bem comum com as instituições sociais e aqueles que, respaldados pelo voto popular, forem eleitos para governar o país”.

No comunicado, os bispos ressaltam a importância dos pleitos. “Eleições são ocasião de exercício da democracia que requer dos candidatos propostas e projetos que apontem para a construção de uma sociedade em que reinem a justiça e a paz social.”

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Os bispos destacam ainda que cabe ao eleitor decidir em quem votar e aos líderes religiosos seguir o que prega o Evangelho. “Cabe à população julgar, na liberdade de sua consciência, o projeto que melhor responda aos princípios do bem comum, da dignidade da pessoa humana, do combate à sonegação e à corrupção, do respeito às instituições do Estado democrático de direito e da observância da Constituição Federal”, diz a nota.

O comunicado acrescenta ainda que não é possível se calar diante de injustiça: “Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada”. Assinaram a nota Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB; Dom Guilherme Antônio Werlang, bispo de Lajes e vice-presidente da CNBB em exercício; e Dom Murilo S. R. Krieger, bispo auxiliar de Brasília e presidente da CNBB em exercício.

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