Cimi é acusado de financiar invasões de terra em Mato Grosso do Sul
Notas fiscais mostram que entidade ligada à Igreja Católica contratou os ônibus que transportaram índios até a fazenda ocupada
O deputado estadual Coronel David (PL-MS) acusou o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), entidade vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), de “financiar invasões” de fazendas. O parlamentar apresentou notas fiscais nas quais o Cimi aparece como pagador do transporte de indígenas que invadiram a Fazenda do Inho, em Rio Brilhante (MS), que foi tema de reportagem de VEJA.
Para provar a acusação, coronel David apresentou na Assembleia Legislativa notas fiscais de duas empresas de turismo, cada uma no valor de 10.000 reais. Segundo o parlamentar, o Cimi contratou os ônibus que transportaram os invasores. Os documentos foram anexados ao inquérito que apura o caso da Fazenda do Inho. “Esperamos que o Cimi seja responsabilizado criminalmente”, diz o deputado. “A gente aqui no Estado sempre desconfiava do Cimi nesse tipo de ação criminosa, mas nunca ninguém tinha conseguido uma prova que corrobora tudo”.
A Fazenda do Inho foi invadida no dia 5 de março. Os índios chegaram à propriedade em ônibus de várias cidades de Mato Grosso do Sul. O Cimi ainda não se pronunciou.