Castro, Witzel e Martha Rocha trocam acusações por mortes e vacina no Rio
Governador, ex-governador e deputada batem boca no mesmo dia em que país passou a marca de meio milhão de vítimas fatais pelo coronavírus
No dia em que o Brasil ultrapassou a marca de 500 mil mortos por Covid-19, três políticos do Rio de Janeiro bateram boca nas redes sociais: o governador Cláudio Castro (PL), o ex-governador Wilson Witzel (PSC) e a deputada estadual Delegada Martha Rocha (PDT). A confusão começou quando a parlamentar publicou no último sábado, no Twitter, uma mensagem atacando Castro: “Enquanto estados e municípios de todo o país tentam vacinar a população o mais rápido possível, o governador do Rio não se esforça. Só a vacinação de todos vai parar as mortes e a crise da pandemia. O Rio não pode ficar para trás!”, escreveu Martha, derrotada na eleição para a prefeitura da capital no ano passado.
Junto ao texto de Martha Rocha, há uma uma imagem de uma pessoa recebendo vacina por dois agentes de saúde e, em seguida, outra mensagem contra Castro: “Na corrida da vacina, Cláudio Castro fica parado e calendário estadual não tem previsão de antecipação”, afirma. E continua: “Na corrida da vacina, uma disputa que reúne governantes de todo o Brasil, é sensível a ausência de um jogador: o governador do Rio, Claudio Castro”. O post da deputada refere-se a uma brincadeira feita pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), além de outros políticos, sobre quem consegue imunizar o maior número de pessoas.
A resposta de Castro, que tentará a reeleição, foi imediata: “A senhora se equivoca, deputada! Se os municípios estão conseguindo adiantar o calendário é pq (sic) o Estado do RJ montou o melhor sistema logístico de distribuição do país e entrega todas as vacinas em até 4h a todos os municípios. Não estamos é fazendo politicagem com a vida”, atacou o governador. Após alguns comentários de internautas, Witzel entrou na discussão: “Parabéns, você é coautora desta tragédia”, disse ele para a parlamentar. Martha Rocha fez parte da comissão de impeachment da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que afastou o ex-governador do cargo por suspeita de corrupção na área da saúde durante a pandemia. Witzel nega ter cometido irregularidades.
Pré-candidata à reeleição em 2022, a deputada, então, contra-atacou: “Na @alerj, presidi a Comissão Especial de Combate à Covid-19 que apurou os desvios de verbas da saúde durante o seu governo. O trabalho da comissão foi fundamental para as investigações que levaram ao seu impeachment. Não sei se o senhor esqueceu, mas o senhor é acusado de comandar justamente esse esquema de corrupção”.
Witzel retrucou: “Acusado não, perseguido. E você foi delegada chefe de polícia do (ex-governador Sérgio) Cabral, frequentava as festas regadas, mansões, etc, sinais evidentes de riqueza incompatível com o cargo, não tem a menor condição de falar de apuração de nada. Conhecemos seu passado”.