Cai desaprovação a candidatos ao Palácio do Planalto, exceto Lula
Pesquisa do instituto Ipsos mostra que presidenciáveis viram sua rejeição diminuir entre o eleitorado desde dezembro; petista foi o único que ficou estável
A desaprovação aos principais nomes para a disputa da Presidência da República na eleição deste ano caiu entre dezembro e janeiro, segundo pesquisa do instituto Ipsos – a única exceção se deu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ficou com sua situação inalterada.
Caíram as taxas de desaprovação ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), aos deputados federais Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (cotado para se filiar ao PSB) e ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT). A maior queda foi de Meirelles – de 75% para 63%.
Já Lula, que foi condenado em segunda instância na semana passada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e está, em tese, inelegível pela Lei da Ficha Limpa, continuou sendo desaprovado por 54% dos pesquisados, mesmo número de dezembro. Ainda assim, só tem desaprovação maior que a de Barbosa, que ostenta 37% (eram 44% em dezembro). Na sequência, aparecem Bolsonaro (de 62% para 57%), Ciro Gomes (de 65% para 61%), Alckmin (de 72% para 63%) e Maia (de 73% para 66%).
A curiosidade na pesquisa é que a queda geral da desaprovação não significou o aumento dos índices de aprovação, mas o crescimento do porcentual daqueles que dizem desconhecer alguns dos políticos. Para o diretor do Ipsos, Danilo Cersosimo, uma hipótese seria uma retração na rejeição generalizada ao sistema político, com um aumento do conformismo com os personagens atuais e uma busca por reavaliar a conduta dos nomes pesquisados. “Houve aumento do desconhecimento dos nomes que não têm imagem consolidada”, disse, completando que “a troca de desaprovação por desconhecimento mostra que as pessoas querem analisar melhor esses nomes”.
O levantamento foi feito entre os dias 2 e 11 de janeiro, portanto antes do julgamento de Lula no TRF4, e ouviu 1.200 pessoas em 72 municípios. A pesquisa também analisou as reações dos brasileiros às condutas de outros nomes que estarão em postos de comando durante o pleito, mesmo que não sejam candidatos.
O ministro Gilmar Mendes, do STF, viu sua desaprovação cair de 85% para 70%, apesar de a sua aprovação ter subido apenas de 1% para 3%. Já a rejeição à conduta do presidente Michel Temer (PMDB) caiu de 97 para 92%.