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Boulos critica Bolsonaro e Doria por uso político da pandemia de Covid-19

Em sabatina do projeto VEJA E VOTE, candidato do PSOL diz ainda que irá apoiar vacinação obrigatória e que criará renda emergencial e frentes de trabalho

Por Da Redação Atualizado em 20 out 2020, 12h59 - Publicado em 20 out 2020, 12h53

O candidato do PSOL a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, criticou em sabatina do projeto VEJA E VOTE nesta terça-feira, 20, as posturas do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e do presidente Jair Bolsonaro em relação à politização da pandemia do novo coronavírus e afirmou que irá fazer um mutirão pela vacinação obrigatória contra a Covid-19, caso seja eleito.

“Mais uma vez, mesmo em meio à pandemia, foi possível ver o quanto se faz oportunismo político em cima disso”, afirmou. Ele criticou Doria por ter prometido a vacina para dezembro deste ano, mesmo sem ter certeza de que isso poderá ocorrer, e Bolsonaro por minimizar a pandemia.

“Não dá para tratar isso com brincadeira, não dá para tratar isso como bravata. Nem como Doria trata de um lado (prometendo a vacina), nem como Bolsonaro trata, como ‘gripezinha’, ‘não sou coveiro’ ou ‘e daí?’, com descaso e desprezo pela vida das pessoas”.

Ele defendeu a imunização obrigatória contra a Covid-19. “Assim que tiver a vacina de forma adequada, eu, como prefeito, farei um amplo mutirão de saúde utilizando os 8.000 agentes comunitários de saúde, que aliás deveriam ter sido usados durante a pandemia para fazer uma ação de testagem em massa e fazer um amplo programa de vacinação obrigatório. A vacinação é imprescindível”, declarou.

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Para combater os efeitos da pandemia na área econômica, ele disse que a primeira medida que será adotada em seu eventual governo será a implantação do Renda Solidária, um programa de auxílio emergencial bancado pela prefeitura. “Estamos à beira do caos. Se a prefeitura se omitir, como se omitiu até agora, vamos ter cenas de violência nas ruas, vamos ter cenas de caos”, disse.

O auxílio seria de 200 a 400 reais por mês. Segundo ele, a prefeitura tem caixa suficiente – 17 bilhões de reais, afirmou –, que já deveria ter sido usado para pagar esse tipo de ajuda durante o auge da pandemia. “Muita gente poderia ter ficado em casa e isso ajudaria a diminuir a contaminação pelo coronavírus”, afirmou.

Também para combater os efeitos da pandemia, ele disse que vai investir também em frentes de trabalho para empregar pessoas em serviços de zeladoria na cidade. “Além de garantir emprego e renda, isso fará com que a cidade também fique mais bem cuidada”. Ele também prometeu apoio a pequenos comerciantes e microempresários e adiar o pagamento do IPTU.

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Sobre a volta às aulas e a recuperação do atraso didático dos alunos, outro problema criado pela pandemia, ele disse que vai fazer um mutirão com professores, comunidade, pais e alunos para encontrar soluções para promover a recuperação de quem não teve como acompanhar as aulas online. “A postura da prefeitura foi trágica, muitos alunos não tiveram acesso à internet, professores não tiveram qualificação para dar aulas online”, disse. Segundo ele, no entanto, não é “possível ter volta às aulas enquanto não tiver segurança”.

Saúde

Para solucionar a questão da fila na saúde – mais de 1,3 milhão de paulistanos esperam por algum procedimento (exame, consulta ou cirurgia) -, ele prometeu contratar mais médicos para as regiões periféricas, construir mais unidades básicas de saúde e ampliar ou retomar o atendimento em hospitais que estão operando aquém da sua capacidade, como o Sorocabana, na Lapa, zona oeste da cidade.

Em relação à Cracolândia, concentração de usuários de drogas na região central da cidade, ele afirmou que não irá repetir a política dos governos tucanos de usar a tropa de choque contra as pessoas. “Não vamos jogar bombas, vamos ter programa de redução de danos, Caps (centros de atendimento psiquiátrico) móveis, criar casas de acolhimento e dar renda para essas pessoas através de frentes de trabalho”, disse. De acordo com ele não haverá internação compulsória de usuários de drogas. “Internação forçada é coisa do século 19, eu não tenho vocação para voltar à Idade Média, eu não aceito esse tipo de política. Vamos buscar soluções mais avançadas, de acordo com a ciência, com a psiquiatria”.

Mobilidade

Sobre aumentar a mobilidade, o candidato do PSOL disse que vai enfrentar a “máfia do transporte”, que, segundo ele, seria “uma meia dúzia de empresários que desde sempre ganham as licitações” e que são mais remunerados e têm mais lucros à medida que “entulha” passageiros nos ônibus.

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