Bolsonaro sugere fundo regulador para estabilizar preço de combustíveis
Presidente voltou a defender o projeto que muda a cobrança de ICMS sobre os combustíveis e disse esperar que os governadores trabalhem contra a medida
O presidente Jair Bolsonaro defendeu, em sua tradicional live nas redes sociais na noite desta quinta-feira, 30, a criação de um “fundo regulador” para estabilizar o preço dos combustíveis utilizando dividendos da Petrobras pagos à União.
De acordo com o chefe do Planalto, ele discutiu a ideia com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano: “Vim conversando com Montezano no avião pegando dicas com ele o que a gente pode fazer. É criar um fundo regulador, ver o lucro da Petrobras que veio para o governo federal, para nós. Ninguém vai botar a mão em nada”, afirmou.
Bolsonaro completou: “Será que esse dinheiro da Petrobras que veio para nós… será —não estou afirmando—, que é um lucro bilionário, não podemos converter e ir para esse fundo regulador? Toda vez que dá um aumento você não repassar todo o aumento; ou não repassar aumento nenhum. Você faz caixa quando está mais no baixo e quando sobe, com esse caixa, compensa esse reajuste lá na frente”.
O presidente também voltou a defender o projeto que muda a cobrança de ICMS sobre os combustíveis. Ele disse que espera que os governadores trabalhem contra a medida. “Lá dentro do Parlamento, contrário, vai ter o lobby de muitos governadores”, argumentou.
Jair Bolsonaro disse que se reuniu com dois governadores de estados da região Norte. Segundo o presidente, eles estudam zerar o imposto estadual, a exemplo do que já foi feito pelo governo federal. “Tive essa semana com o governador de Roraima e também contato com o governador de Rondônia. Ambos estão providenciando maneirar de zerar o imposto estadual no gás de cozinha. Se isso vier a acontecer, nós vamos ver o que nós podemos fazer, de modo que se permita a venda direta do botijão de gás nesses estados”.
O presidente também sugeriu a venda direta da distribuidora do gás de cozinha ao consumidor para diminuir o preço. Para Bolsonaro, é simples, basta que moradores de condomínios se reúnam, aluguem um caminhão e comprem o insumo diretamente da Petrobras: “Vai custar, em média, R$ 50. Você, no seu condomínio, pode lá juntar teu condomínio, 50, 100, 150 pessoas e todo mês alugarem um caminhão e ir buscar lá na Petrobras, no local que a Petrobras entrega o botijão de gás, vai pagar R$ 50 o botijão e vai levar para o condomínio. Vai custar em média, no máximo, R$ 60. Ou seja, tem como diminuir pela metade o preço do gás de cozinha”, explicou.
Acompanhado do ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas, ele ainda pediu aos internautas que busquem saber quanto de ICMS será pago ao comprar gasolina ou gás. “Alguns estados já estão anunciando a redução do percentual do ICMS. Mas não é a solução. A solução é cada estado ter seu valor fixo. Eu não vou interferir. Cada governador decida o valor do ICMS. Não queremos interferir no valor do ICMS, mas queremos que você consumidor saiba quanto você paga de ICMS a cada litro de combustível que você bota no seu carro”, disse.
Bolsonaro também mandou um recado aos caminhoneiros, que, nas palavras dele, “estão chateados com esse novo reajuste da Petrobras”: “Quero que vocês entendam. Eu vou onde posso ir. Se eu tabelar, complica. Como você pode ser autossuficiente e pagar o preço do mercado internacional?”, questionou.
Covid-19
Sobre a pandemia, o presidente voltou a desafiar a imprensa a perguntar a Marcelo Queiroga se ele fez algum tratamento inicial nos Estados Unidos ou se ficou rezando e fazendo o que chama de ‘protocolo Mandetta’. “Nunca vi uma pessoa acometida de uma doença esperar ser internado ou intubado sem fazer tratamento. Parece que isso foi para obrigar o pessoal a comprar respirador. Será que tudo não fazia parte de um plano”.
Bolsonaro disse ainda que o passaporte da vacina é uma ameaça para a liberdade das pessoas. Nesta quinta, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, restabeleceu o decreto municipal que exige o comprovante da vacinação contra Covid-19 para ingresso em locais fechados no Rio de Janeiro.