Bolsonaro rompe silêncio e fala a apoiadores no cercadinho
Presidente pediu que 'não critiquem sem ter a certeza do que está acontecendo' e elogiou as Forças Armadas; último discurso havia sido em 1º de novembro

Depois de quase quarenta dias sem discursar, o presidente Jair Bolsonaro rompeu o silêncio na tarde desta sexta-feira e falou a apoiadores em um “cercadinho” improvisado em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília. O último pronunciamento do político havia sido em 1º de novembro, dois dias depois da derrota para Lula nas eleições, quando Bolsonaro pediu que os manifestantes e caminhoneiros que bloqueavam estradas em protesto contra o resultado liberassem as vias.
No discurso de quinze minutos nesta sexta, o presidente voltou a afirmar que seu governo “despertou o patriotismo no Brasil”, pediu que seus apoiadores não o critiquem “sem ter a certeza absoluta do que está acontecendo”, elogiou as Forças Armadas, classificadas por ele como o “último obstáculo para o socialismo”, e justificou o silêncio dizendo que suas falas são “deturpadas e distorcidas”.
“Nós despertamos o patriotismo no Brasil. O povo voltou a admirar sua bandeira. Voltou a acreditar que o Brasil tem jeito.”, iniciou ele. Sobre seu governo, afirmou que “não é fácil você enfrentar todo um sistema” e se defendeu de críticas de seus apoiadores. “A missão de cada um de nós não é criticar, é unir. Muitas vezes vocês têm informações que não procedem. Pelo cansaço, pela angústia, pelo momento, passam a criticar.”
Sobre as Forças Armadas, Bolsonaro afirmou que “são essenciais em qualquer país do mundo”. “Sempre disse, ao longo desses quatro anos, que as Forças Armadas são o último obstáculo para o socialismo. As Forças Armadas, tenho certeza, estão unidas. As Forças Armadas devem, assim como eu, lealdade ao povo e respeito à Constituição.”
A respeito das dificuldades de governar, o político declarou que “se algo der errado, é porque eu perdi a minha liderança”. “Eu me responsabilizo pelos meus erros, mas peço a vocês que não critiquem sem ter certeza absoluta do que está acontecendo.”
Bolsonaro também justificou seu silêncio e afirmou: “Há poucas semanas, se eu saísse e desse bom dia, tudo seria deturpado, tudo seria distorcido”.