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Bolsonaro espera colher os votos do orçamento secreto

Depois de liberar uma quantia bilionária, presidente acredita que as máquinas públicas locais, em retribuição, trabalharão por sua reeleição

Por Daniel Pereira, Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 jul 2022, 20h56

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e integrantes da coordenação de sua campanha à reeleição apostam nas emendas de relator para conquistar votos pelo país, especialmente nos municípios de pequeno e médio portes. Também conhecidas como orçamento secreto, essas emendas foram usadas pelo governo para consolidar a parceria com o Centrão e permitir que parlamentares aliados irrigassem as suas bases com recursos federais.

Dos 16,5 bilhões em emendas de relator previstos para 2022, cerca de 7 bilhões já foram pagos até o início de julho. O Estado que receberá mais verbas neste ano eleitoral será Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país e o único da região Sudeste em que o presidente está bem atrás de Lula (PT). O presidente acredita que, em retribuição às liberações do orçamento secreto, prefeitos, vereadores e deputados estaduais de partidos governistas pedirão voto para ele, até para manter uma parceria que, na teoria, é benéfica a todos os envolvidos.

Por esse raciocínio, as máquinas locais se juntariam à máquina federal para impulsionar a campanha à reeleição. “A máquina pública tem muito peso em qualquer eleição, ainda mais numa eleição em que há orçamento secreto para desequilibrar a disputa”, diz um dos políticos mais experientes do Brasil, ressaltando que as emendas de relator devem funcionar como uma vantagem competitiva para Bolsonaro e seus aliados.

Desde que foram turbinadas pelo Congresso, as emendas de relator estão sob escrutínio de órgãos diversos, como a Polícia Federal e o Tribunal de Contas da União. Há suspeitas de que financiam esquemas de corrupção e banquem compras superfaturadas. Na seara eleitoral, elas têm potencial para render dividendos porque, quando são empregadas em prol da sociedade, resultam em melhorias em áreas como saúde e educação. 

O desafio da equipe de Bolsonaro é convencer o eleitor de que essas melhorias têm como patrono o presidente da República, que executa o orçamento federal. Para o comitê da reeleição, a publicidade oficial e a propaganda eleitoral na TV farão esse trabalho de convencimento. Não será tão fácil quanto parece. Nem sempre as realidades regionais permitem a prefeitos, vereadores e deputados estaduais gestos de gratidão e retribuição ao presidente de turno. No próprio PP de Ciro Nogueira, há quadros estaduais que farão campanha por Lula. 

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