Bolsonaro diz que Coaf deve continuar no ministério de Moro
Após negociar com o Congresso ida do órgão à Economia, presidente afirma que Coaf é importante à pasta da Justiça por combater corrupção e lavagem
Depois de negociar a possibilidade de o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sair do Ministério da Justiça e Segurança Pública para voltar ao Ministério da Economia e, depois, indicar que recuaria da medida, o presidente Jair Bolsonaro declarou nesta quinta-feira, 2, que a pasta comandada por Sergio Moro deve manter o controle sobre o órgão.
“No que depender de nós, ele fica no Ministério da Justiça e Segurança, até porque é uma ferramenta na mão desse ministério para combater lavagem de dinheiro e corrupção”, afirmou Bolsonaro em uma transmissão ao vivo em seu perfil no Facebook.
A migração do Coaf à Economia é uma demanda dos partidos do Centrão para aprovar a medida provisória que reformou a administração federal e reduziu número de ministérios. Moro, por outro lado, defendeu publicamente a manutenção do órgão sob sua responsabilidade. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o ministro afirmou que “[o ministro da Economia, Paulo] Guedes não quer o Coaf, ele tem uma série de preocupações, tem a reforma da Previdência. A tendência lá é ele (Coaf) ficar esquecido e na Justiça temos ele como essencial”.
Ainda na transmissão ao vivo no Facebook, Jair Bolsonaro voltou a negar as declarações do secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, ao jornal Folha de S. Paulo de que o governo estuda criar um imposto que recairia sobre pagamentos de dízimos em igrejas evangélicas. Bolsonaro, no entanto, não citou Cintra e atribuiu somente à imprensa a informação. O presidente está em Balneário Camboriú (SC) para participar de um encontro evangélico dos Gideões Missionários.
“Já que estou aqui no meio de evangélicos, quero deixar bem claro: não existe por parte do governo federal nenhuma hipótese de criar um novo imposto, como foi divulgado há pouco por parte da mídia, que estaríamos criando um novo imposto para igrejas. Isso não existe. Se um dia viemos a falar em suprimir, fundir impostos para facilitar a vida de todos no Brasil, com toda certeza o segmento evangélico como o católico e outros serão lembrados nesse momento”, afirmou.
Bolsonaro também comentou no vídeo a assinatura da medida provisória da “Liberdade Econômica”, que diminui burocracia a empresas. Ao lado do empresário Luciano Hang, dono da Havan e apoiador de sua candidatura em 2018, o presidente pediu que ele comentasse a medida.
Hang declarou que o Brasil só crescerá “através do liberalismo econômico”. “Foi pra isso que tanto trabalhamos pela eleição do presidente Bolsonaro. Acreditamos que abrindo a economia, fazendo com que empresários tenham mais vontade de investir no Brasil, tenham confiança, abrindo mais empresas, gerando mais emprego, é que vamos tirar o Brasil do fundo do poço onde nos colocaram”, disse o empresário.