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Bolsonaro convoca ministros para ato pró-governo no Palácio do Planalto

Presidente tenta mostrar que permanece prestigiado em meio à crise aprofundada por saída de Teich e acusação contra Flávio

Por Roberta Paduan Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 Maio 2020, 15h48 - Publicado em 17 Maio 2020, 15h02

O presidente Jair Bolsonaro convocou neste domingo, 17, o primeiro escalão do Executivo para saudar — junto com ele — um grupo de manifestantes que promoveu um ato em favor do governo. As manifestações de bolsonaristas são geralmente organizadas pela internet e tornaram-se comuns em Brasília, depois que o presidente passou a se juntar aos atos nos finais de semana, independentemente do tamanho do grupo reunido.

Hoje, o presidente apareceu na rampa do Planalto acompanhado de pelo menos nove ministros: André Mendonça (Justiça e Segurança Pública), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência), Onyx Lorenzoni (Cidadania), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Abraham Weintraub (Educação) e Tereza Cristina (Agricultura). É possível que outros membros do governo tenham participado, mas a aglomeração e o uso de máscaras dificultaram a identificação de todos participantes.

A convocação do alto escalão do governo, em pleno domingo e para um ato que durou cerca de 40 minutos (em que os ministros ficaram apenas ouvindo gritos de guerra e buzinas), mostra que Bolsonaro  tenta mostrar que permanece prestigiado por seu ministério, mesmo após dois duros golpes nos últimos dias. O primeiro foi a saída do ministro da Saúde, Nelson Teich, na sexta-feira, 15, o que torna o Brasil o único país no mundo a ter três titulares da área no meio da maior crise sanitária dos últimos 75 anos. O segundo petardo foi a revelação (de potencial explosivo) feita pelo empresário Paulo Marinho, a respeito do senador Flávio Bolsonaro, filho Zero Um do presidente.

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Bolsonaro também mostrou-se cauteloso em relação ao teor da manifestação, afirmando que se tratava de um ato “espontâneo”, “democrático”, “sem nenhuma faixa agressiva a quem quer que seja”. “É emocionante uma manifestação espontânea, pacífica, segundo todos os ditames de uma boa prática, realmente sem qualquer faixa agressiva a quem quer que seja”, disse Bolsonaro olhando para a câmera, que transmitiu o ato nas redes sociais do presidente. O chefe do Executivo vinha sofrendo duras críticas por apoiar recentemente atos antidemocráticos, que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). No final de abril, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a abertura de inquérito para investigar quem organizou e financiou manifestações dessa natureza.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), filho Zero Três do presidente, também participou do ato desta manhã. Eduardo foi acompanhado da esposa Heloísa Wolf. Durante o evento, o presidente chegou a brincar com o deputado sobre sua popularidade. Ambos estavam no topo da rampa do Planalto, quando Bolsonaro perguntou: “Vamos ver se você tem mesmo moral”. Em seguida, levantou um dos braços do filho, ao que os manifestantes responderam com gritos e aplausos.

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