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Bolsonaro anuncia general para Secretaria de Governo

Carlos Alberto dos Santos Cruz era cotado para a Secretaria de Segurança Pública em pasta de Moro, mas vai ter cargo dentro do Palácio do Planalto

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 nov 2018, 18h27 - Publicado em 26 nov 2018, 11h21

O presidente da República eleito, Jair Bolsonaro (PSL), anunciou na manhã desta segunda-feira, 26, o nome do general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz para ocupar a Secretaria de Governo a partir de janeiro, quando o novo governo toma posse.

Santos Cruz é o quarto general confirmado na gestão Bolsonaro. Além dele, estarão na equipe o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão (PRTB), o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e o titular da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.

Assim como tem feito nas indicações dos nomes que comporão o primeiro escalão em sua gestão, o presidente eleito publicou a informação em sua conta no Twitter:

Ocupada atualmente, no governo Michel Temer (MDB), pelo ministro Carlos Marun, a Secretaria de Governo tem entre suas principais funções a interlocução política do Palácio do Planalto com o Congresso. Há duas semanas, o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, havia afirmado que a sua pasta absorveria as funções da atual Secretaria de Governo, que perderia status de ministério.

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Antes de ser oficialmente anunciado por Bolsonaro para a Secretaria de Governo, o nome do general Santos Cruz era cotado para a Secretaria de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que será ocupado pelo ex-juiz federal Sergio Moro.

Na semana passada, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho do presidente eleito, chegou a dizer no Twitter que o militar da reserva havia sido escolhido para o cargo na pasta que será comandada por Moro. “Diferentemente de ALGUNS políticos babacas que ficam postando fotos para demonstrar intimidade inexistente para barganhar algo, deixo aqui meu testemunho, o General Santos Cruz, o novo Secretário Nacional de Segurança Pública é simplesmente uma ótima referência!”, escreveu Carlos na rede social. 

Apesar da informação divulgada pelo filho de Bolsonaro, Moro não se pronunciou publicamente sobre a possível nomeação de Santos Cruz.

O general da reserva já havia ocupado a Secretaria de Segurança Pública no governo Temer (MDB), entre abril de 2017 e junho de 2018, quando foi exonerado a seu pedido para atuar como consultor da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Em 44 anos de carreira no Exército, Santos Cruz chegou à patente de general de divisão, a segunda mais alta na hierarquia, abaixo apenas de general de Exército. Ele comandou as missões de paz da ONU no Haiti, entre 2006 e 2009, e na República Democrática do Congo, de 2013 a 2015 – neste caso, deixou a reserva, em que estava desde 2012, a pedido das Nações Unidas, e voltou à ativa. A missão no Congo foi a primeira em que o organismo internacional autorizou o uso da força para impor a paz.

Em janeiro de 2018, a ONU divulgou um relatório coordenado por Carlos Alberto dos Santos Cruz em que ele recomenda mudanças na atuação de soldados em missões de paz, que devem “estar conscientes dos riscos e devem ser habilitados para tomar a iniciativa de deter, prevenir e responder a ataques”. “Esperar em postura defensiva apenas dá liberdade a forças hostis para decidir quando, onde e como atacar as Nações Unidas”, diz o relatório.

“Infelizmente, grupos hostis não entendem outra língua que não seja a da força”, afirma o documento, produzido a partir de uma visita de 45 dias de Santos Cruz e outros oficiais da ONU à República Democrática do Congo, à República Centro-Africana, ao Mali e ao Sudão do Sul.

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