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Black das Blacks: VEJA com preço absurdo

Banco Master prova que certas tradições não perdem força em Brasília

Nem as grandes operações contra a corrupção foram capazes de deter a confraternização entre interesses públicos e privados

Por Daniel Pereira 23 nov 2025, 11h43

Deflagrada em 2014, a Operação Lava-Jato expôs o nível de promiscuidade entre interesses públicos e privados no país. Além de doações por fora, via caixa dois, para campanhas eleitorais, grandes empresas pagavam propina a políticos, diretores de estatais e servidores em troca, por exemplo, de contratos superfaturados e da aprovação de projetos no Congresso.

A descoberta do esquema contribuiu para que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibisse, em 2015, a doação eleitoral de empresas, numa tentativa de reduzir a influência do poder econômico nas eleições e, quem sabe, a corrupção no país. O julgamento teve como efeito colateral uma conta de quase 5 bilhões de reais — paga pelo contribuinte — para financiar as campanhas em 2022.

Já o impacto da Lava-Jato e da decisão do STF na confluência entre interesses públicos e privados não foi propriamente o esperado.

Relações perigosas

Faz parte do jogo empresas, entidades e categorias profissionais buscarem estabelecer uma relação com parlamentares, integrantes de governos e representantes da máquina pública. É legítima a busca pela defesa de objetivos específicos. O problema está na forma como o diálogo entre as partes se desenvolve: se ele é republicano ou não.

Dono do Banco Master, Daniel Vorcaro apostou pesado para montar uma rede de contatos poderosos, por meio da distribuição de favores a políticos e da contratação de pessoas influentes nos Três Poderes, como detalha a reportagem de capa da nova edição de VEJA. Não há notícia de que algo irregular tenha ocorrido nessas parcerias, mas Vorcaro colheu pelo menos uma dose generosa de boa vontade.

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Exemplo: o senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, defendeu a aprovação de uma emenda que aumentava de 250 000 reais para 1 milhão de reais o valor do ressarcimento pago pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) a portadores de títulos de bancos, como o Master, com dificuldades para honrar seus compromissos. A emenda não foi aprovada.

Outros integrantes do Progressistas tentaram, em vão, aprovar a destituição de diretores do Banco Central justamente no momento em que a autoridade monetária davas sinais de que vetaria a compra do Master pelo BRB. Repita-se: não há sinal de que a ação dos parlamentares tenha sido motivada por alguma negociata. Mas também não há explicação razoável para uma ofensiva como aquela sobre o BC naquele período.

O fato é que Vorcaro, preso pela Polícia Federal, recebeu até aqui a solidariedade silenciosa de sua extensa rede de contatos. Apesar das dimensões do escândalo do Banco Master, não há mobilização pela criação de uma CPI para investigar o caso. Certas relações, quando bem cultivadas, rendem proteção. É o que está ocorrendo também na CPI sobre a roubalheira contra aposentados e pensionistas do INSS.

Diante dos indícios de relações umbilicais entre algumas entidades e determinados políticos, a apuração parlamentar não anda. E não é por falta de material a ser analisado. Nem escândalos bilionários, da Lava-Jato ao Banco Master, passando pela rapinagem de idosos, parecem capazes de estabelecer uma linha divisória clara entre interesses públicos e privados.

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