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Atentado deixa incerteza sobre retorno de Bolsonaro à campanha de rua

Filho de presidenciável diz que quadro de saúde do pai é estável e requer cuidados, por isso não deve ser removido para SP ou RJ

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 30 jul 2020, 20h10 - Publicado em 7 set 2018, 07h53

Esfaqueado na tarde desta quinta-feira, 6, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, ainda sente dores derivadas da cirurgia, mas não deverá ter sequelas, disse o cirurgião Cicero Rena, chefe da cirurgia da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG), que o operou. A um mês das eleições, é impossível prever quando ele poderá retomar a campanha nas ruas, acreditam os médicos.

Foi montada uma força-tarefa para atendê-lo, com dois cirurgiões vasculares, quatro cirurgiões gerais e outros que ficaram na retaguarda se precisassem se juntar à equipe também. “Ele se recuperando, o restabelecimento é total”, afirmou Rena.

O deputado estadual Flavio Bolsonaro afirmou no Twitter que seu pai será transferido para o Hospital Albert Einstein nesta sexta-feira. Na madrugada de sexta, outro filho do presidenciável, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que a transferência de do pai para algum hospital iria ser avaliada sem pressa. S

“Está dependendo de avaliações médicas. Em princípio a gente não quer mexer muito nele. Se o quadro continuar estável não há necessidade de uma remoção de emergência. Estamos deixando nas mãos dos médicos (para avaliar se) precisa 48 horas, 72 horas, uma semana, pra depois ver para onde ele vai”, considerou o parlamentar, após visitar o pai na Santa Casa de Juiz de Fora.

De acordo com Eduardo Bolsonaro, o candidato à presidência pelo PSL está bem. “Ele está estável. Consegue falar já, mas você ainda percebe que ele está um pouco baqueado por conta da cirurgia”, disse. “Ele está melhorando, e acredito que o quadro esteja mais pra melhor do que pra pior.”

Apesar disso, Eduardo Bolsonaro afirmou que seu pai ainda requer cuidados. “Ele fala com uma certa dificuldade, bem pálido, perdeu muito sangue. Não está 100% fora (de perigo), mas eles (médicos) falam que se manter como está ele não morre. Não tem risco de morte iminente, mas tem que acompanhar.”

Risco de infecção

O cirurgião Luiz Henrique Borsato, especializado em cirurgia no aparelho digestivo, e que também fez parte da junta médica, esclareceu que o risco de infecção persiste no intestino delgado, por conta da presença de fezes. “Trabalhamos na remoção dessas fezes”, afirmou Borsato. A bolsa de colostomia não deve atrapalhar muito sua rotina, esclareceu.

De acordo com o cirurgião, Bolsonaro chegou em estado “muito grave” à Santa Casa, decorrência da hemorragia interna extensa que a facada provocou. “Ele perdeu cerca entre 2,5 e 3 litros de sangue, teve de receber bolsas de transfusão. O caso foi considerado “muito grave” e com risco real de vida. “À medida em que foi recebendo soro e transfusão, foi estabilizando”, relatou Borsato.

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