As paranoias e os delírios de Roberto Jefferson
Isolado em um quarto de hospital, o ex-deputado e presidente de honra do PTB tem problemas físicos e psiquiátricos
Homem forte da tropa de choque do governo de Fernando Collor, pivô do escândalo do mensalão no primeiro governo Lula e apontado por bolsonaristas como um dos responsáveis pela derrota de Jair Bolsonaro nas últimas eleições, Roberto Jefferson (PTB) está preso em um quarto de hospital, isolado dos amigos, da família e de antigos apoiadores políticos.
Após uma queda no presídio onde cumpria prisão preventiva, o político foi transferido para tratamento médico em um hospital privado no Rio de Janeiro. Jefferson voltou ao sistema penitenciário porque desobedeceu a ordens expressas do Supremo Tribunal Federal de se manter longe de dirigentes do PTB e de não mais replicar fake News.
O ex-deputado só tem acesso aos médicos, enfermeiros, advogados, à esposa Ana Lúcia e aos policiais que se revezam em sua vigilância. Segundo relatos de pessoas que participam da rotina do preso, Roberto não levanta mais da cama. Está deitado e respira com o auxílio de dois canos para a oxigenação do organismo. Além disso, necessita de auxílio para a higiene pessoal fazendo o uso de fralda geriátrica durante todo o dia. Mas, conforme o depoimento, o quadro psicológico é o que mais assusta.
“Ele olha para os policiais na porta do quarto e grita: ‘Vão me matar. A enfermeira tá trazendo um remédio para me matar’. São coisas desse tipo”, conta uma pessoa que visitou recentemente o ex-deputado.
Segundo um relatório médico a que VEJA teve acesso, Jefferson apresenta graves problemas mentais e físicos. O laudo, elaborado no último dia 29, informa que Jefferson chegou ao hospital com insuficiência renal, desidratação e com um quadro grave de desnutrição — havia perdido 20% do peso corporal. Os exames neurológicos e psiquiátricos detectaram lentidão nas atividades mentais, perda de memória, ocorrência de convulsões e dificuldades para se locomover e realizar atividades como ir ao banheiro.