As ameaças à família de Alexandre de Moraes que levaram dois para a cadeia
Polícia Federal continua rastreando mensagens ofensivas direcionadas aos parentes do ministro do STF
A Polícia Federal intensificou a ofensiva contra o fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira e o irmão dele Oliveirino de Oliveira Junior, presos por ameaças a familiares do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Investigadores com acesso ao caso, que tramita sob sigilo no STF, relataram a VEJA que entre as admoestações estão mensagens com referências grosseiras e criminosas a familiares do ministro.
Na atual fase das diligências, policiais estão em campo para investigar se os dois, alvo de apurações também por integrarem grupos que defendem a abolição do Estado Democrático de Direito, são os mentores das ameaças ou se fazem parte de uma estrutura maior orquestrada para constranger o juiz e seus parentes.
Os irmãos Oliveira foram presos em São Paulo e no Rio de Janeiro no final de maio depois de o Ministério Público identificar, além das ameaças, dados que mostram que a rotina dos familiares de Alexandre era de conhecimento dos dois. Para a procuradoria-geral da República, que pediu a prisão, “a gravidade das ameaças veiculadas, sua natureza violenta e os indícios de que há monitoramento da rotina das vítimas evidenciam (…) o perigo concreto de que a permanência dos investigados em liberdade põe em risco a garantia da ordem pública”.
Não é a primeira vez que tresloucados partem para cima da família de Alexandre de Moraes. No âmbito do inquérito das fake news, instaurado por ordem do ministro Dias Toffoli em 2019, Moraes revelou outras mensagens de ameaça que desaguam nos escaninhos do STF.
X alega censura prévia para barrar remoção de conteúdo
Conforme revelou VEJA, em um novo capítulo do cabo de guerra entre o juiz do STF, tido como algoz do bolsonarismo, e a rede social X, a plataforma do bilionário Elon Musk se recusou em abril a cumprir uma determinação de Moraes para retirar do ar um perfil que expunha dados pessoais da família do magistrado e o chamava de “ditador de toga”. Na ocasião, o X argumentou que remover totalmente a conta seria equivalente a endossar uma censura prévia.