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Após encontrar Temer, Raquel Dodge se reunirá com Gilmar Mendes

Sucessora de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República teve reunião com o presidente às 22h, fora da agenda oficial

Por Da Redação
9 ago 2017, 12h45

Sucessora de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República (PGR), Raquel Dodge tem um encontro marcado para as 19h desta terça-feira com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. A reunião acontecerá após Dodge ter se reunido com o presidente Michel Temer (PMDB) na noite de terça-feira, no Palácio do Jaburu, fora da agenda oficial do peemedebista.

Consta na agenda de Mendes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma reunião com Dodge para debater o “crime organizado nas eleições”. Participarão do encontro o ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen.

Dodge se encontrou com Temer às 22h de terça-feira, mesmo dia em que a defesa do presidente pediu ao STF a suspeição de Janot das investigações que envolvem o peemedebista. O advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira alegou que o PGR investiga Temer por “motivação pessoal”, e que “já se tornou público e notório” que ele tem “extrapolado em muito os seus limites constitucionais e legais inerentes ao cargo que ocupa”.

Dodge, que será responsável pelas investigações da Operação Lava Jato ao substituir Janot, declarou que se reuniu com Temer para discutir o planejamento de sua posse, prevista para acontecer no dia 18 de setembro, no Palácio do Planalto. A assessoria da Presidência informou que o encontro foi requisitado por Dodge e não constava na agenda do presidente porque o pedido foi feito quando Temer já se encontrava no Jaburu, após a conclusão de todos os compromissos oficiais.

Mendes também elevou as críticas ao PGR nos últimos dias. Na segunda, o ministro afirmou que Janot é “o procurador mais desqualificado que já passou pela história da procuradoria”. “Ele não tem condições. Na verdade, ele não tem preparo jurídico nem emocional para dirigir um órgão dessa importância”, disse Mendes, em entrevista à Rádio Gaúcha.

Na terça, Mendes voltou a atacar o trabalho da PGR. Durante uma sessão da segunda turma do STF, o ministro afirmou que as investigações do Ministério Público Federal (MPF) viraram “terra de ninguém”.

Ofensiva

Temer montou uma ofensiva contra Janot por conta das novas denúncias que a PGR prepara contra o presidente, desta vez por organização criminosa e obstrução à justiça — caso elas sejam feitas, precisarão passar pelo crivo da Câmara. Na semana passada, os deputados rejeitaram dar prosseguimento à primeira acusação formal pelo crime de corrupção passiva.

Após a decisão, Mendes afirmou que o arquivamento da denúncia contra Temer trazia estabilidade para o país. Na noite de domingo, o ministro jantou com o presidente, no Jaburu, para discutir o sistema presidencialista. O encontro também não constava na agenda do peemedebista.

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