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Após denunciar ‘pedidos não republicanos’, presidente da ABDI é exonerado

Em entrevista a VEJA, Guto Ferreira, então chefe do órgão econômico, acusou o secretário Carlos da Costa; Bolsonaro antecipou que 'alguém perderia a cabeça'

Por Diego Freire Atualizado em 4 set 2019, 05h57 - Publicado em 4 set 2019, 01h14

Em decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira 4, o presidente Jair Bolsonaro exonerou Luiz Augusto Ferreira, conhecido como Guto Ferreira, da presidência da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), órgão vinculado ao Ministério da Economia. Guto deixa o cargo quatro dias após afirmar, em entrevista exclusiva a VEJA, que recebeu “pedidos não republicanos” – não detalhados – de Carlos da Costa, secretário especial de Produtividade e Emprego do Ministério da Economia.

Fundada em 2004, a ADBI tem o objetivo de melhorar a competitividade da indústria nacional. Com mandato de quatro anos, Igor Nogueira Calvet assume a presidência da entidade. Costa, que negou ter cometido qualquer irregularidade, a princípio segue no cargo.

Guto Ferreira reagiu à demissão no Twitter durante a madrugada. Em sua conta pessoal, lamentou ter sido exonerado “sem apuração” e declarou que “os covardes cada vez mais tomam conta do governo”. Em outra postagem, ainda cobrou que Bolsonaro exonere também um “diretor que é réu em processo de corrupção ativa e passiva”.

https://twitter.com/guto_sferreira/status/1169105316069462017

https://twitter.com/guto_sferreira/status/1169156055986819072

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Mais cedo, já ciente de uma possível exoneração, Guto Ferreira já havia se pronunciado no Twitter. “Engraçado vai ser o pessoal introduzindo o ’01’ Jair Bolsonaro a erro no meu caso sobre a ABDI. Hoje rola uma cabeça. Mas amanhã, quando ele descobrir, vão rolar mais. Não se engana, Capitão. Escrevam aí. O código moral das Forças Armadas podia ser padrão no governo”, escreveu.

Após tomar conhecimento da entrevista de Guto Ferreira a VEJA, Bolsonaro declarou, na segunda-feira que apuraria as denúncias e “alguém perderia a cabeça” – ou mesmo os dois poderiam ser demitidos.

“Tomei conhecimento [da entrevista], estou louco para saber. Já entrei em contato com o Paulo Guedes [ministro da Economia], e quero saber que pedido é esse. Um dos dois, no mínimo, vai perder a cabeça. Porque não pode ter uma acusação dessa. Daí vão dizer que ele [Guto Ferreira] ficou lá porque tem um bomba embaixo do braço, e não é esse o meu governo. Já determinei para apurar. Um dos dois ou os dois perderão a cabeça”, disse o presidente.

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Nesta terça, horas antes da publicação do decreto, Bolsonaro voltou a mencionar o caso ao comentar que Paulo Guedes decidiria quem seria demitido pela situação. 

Como revelou a reportagem de VEJA, Guto e Carlos Costa vinham travando uma guerra particular nas últimas semanas, repleta de dossiês e ameaças veladas. A intriga vinha sendo abafada para evitar qualquer prejuízo ao andamento da reforma da previdência no Congresso. Guto foi indicado ao comando da ABDI pelo pastor Marcos Pereira (PRB-SP), vice-presidente da Câmara dos Deputados.

 

Nos últimos dias, porém, a situação ficou incontornável. O secretário Carlos da Costa resolveu demitir o seu subordinado, porque ele não estaria entregando os resultados planejados. Mas o presidente da ABDI não aceitou a decisão. Disse que só sairá do governo com uma ordem expressa do presidente Jair Bolsonaro — e que está sendo perseguido por seu chefe.

“Não tenho a menor dúvida que o motivo da discussão da minha saída é o ódio do secretário Carlos da Costa porque não atendi aos pedidos não republicanos dele”, disse Guto. “Sigo a determinação do presidente Bolsonaro de não atender vagabundo na administração pública”, afirmou ele para a reportagem.

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