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Após atrito com Maia, Bolsonaro abre agenda para parlamentares

Presidente afirmou que vai se reunir com deputados e senadores para discutir reforma da Previdência

Por Da Redação Atualizado em 2 abr 2019, 14h48 - Publicado em 2 abr 2019, 11h06

Menos de uma semana depois de uma troca de farpas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), evidenciar um problema de relacionamento entre os poderes Legislativo e Executivo, o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) resolveu abrir espaço em sua agenda para encontros com parlamentares.

De acordo com o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, o objetivo é acelerar a tramitação da reforma da Previdência. Bolsonaro está em Israel e antecipará seu retorno ao Brasil em duas horas. “Vou deixar pelo menos meio dia da minha agenda no Brasil para atender deputados e senadores”, disse o presidente em entrevista à TV Record nesta segunda-feira, 1º.

O presidente disse compreender as manifestações dos parlamentares sobre eventuais alterações na proposta da reforma, relacionadas ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria rural. De acordo com ele, a preocupação com os trabalhadores no campo é com as fraudes.

Há pouco mais de uma semana, Bolsonaro foi cobrado publicamente por Maia para que assumisse sua parcela de responsabilidade na negociação pela reforma da Previdência. Em viagem ao Chile, o presidente disse que não havia dado motivo para o afastamento do deputado da articulação pela aprovação do texto na Câmara — e comparou a situação a um desentendimento de namoro.

“Eu não preciso voltar a namorar. Eu preciso que o presidente assuma de forma definitiva seu papel institucional, que é liderar a votação da reforma da Previdência, chamar partido por partido que quer aprovar e mostrar os motivos dessa necessidade”, rebateu Maia, no dia 22 de março, em entrevista ao Jornal Nacional.

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A troca de farpas continuou na semana seguinte, quando, em entrevista à TV Bandeirantes, no dia 27 de março, Bolsonaro descartou qualquer problema de sua parte na relação do governo com o Congresso: “O que eu tenho feito de errado? Onde tem um ataque meu ao Congresso ou ao Rodrigo Maia?”.

O presidente disse que entendia a irritação de Maia e que ele estava abalado por “questões pessoais”, em referência à prisão do padrasto da esposa do deputado, o ex-ministro Moreira Franco, pela Lava Jato. Na mesma entrevista, Bolsonaro sugeriu que há, por parte dos deputados, gestões para emplacar indicações na Esplanada dos Ministérios e que são contrariadas.

Maia rebateu: “Abalados estão os brasileiros que estão esperando desde 1º de janeiro que o governo comece a funcionar. São 12 milhões de desempregados, 15 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza e o presidente brincando de presidir o Brasil”. Antes de Maia propor uma trégua, o presidente chamou a declaração de “irresponsabilidade”.

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Israel

Bolsonaro está desde domingo em Israel, onde sua comitiva decidiu alterar a agenda oficial do presidente no país e cancelou um encontro com a comunidade brasileira da cidade de Raanana. Após a mudança, foi decidido que presidente se reunirá com os moradores ainda hoje, no hotel em que está hospedado em Jerusalém. A cidade tem por volta de 400 famílias de brasileiros e está localizada a aproximadamente 20 quilômetros de Tel-Aviv.

A comunidade de Raanana usou as redes sociais para fazer uma grande convocação de público para o evento. Reuniões de apoiadores do presidente e protestos de opositores haviam sido marcados para o horário da visita. Temia-se que não fosse possível manter o controle e a segurança do presidente.

(Com Reuters e Agência Brasil)

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