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Ao lado de Maia, Bolsonaro chama Previdência de ‘encruzilhada’

Presidente se encontrou com deputado federal pela primeira vez após atritos em torno da articulação do Planalto pela aprovação da reforma

Por Da Redação Atualizado em 9 abr 2019, 14h36 - Publicado em 9 abr 2019, 12h55

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta terça-feira, 9, que a aprovação da reforma da Previdência é uma “encruzilhada que precisa ser atravessada”. “Gostaríamos de não ter de fazer a reforma da Previdência, mas somos obrigados”, disse em discurso na abertura da 12ª Marcha dos Prefeitos, em Brasília, organizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Ao pedir apoio para a reforma da Previdência, Bolsonaro falou sobre suas recentes viagens internacionais e a importância de sinalizar aos mercados que o país pode equilibrar suas contas e diversificar a economia.

Bolsonaro anunciou que o governo vai apoiar a majoração do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) por meio de emenda constitucional. Segundo ele, o assunto já foi conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes. O discurso não empolgou a plateia de prefeitos, apesar de ele ter sido aplaudido ao anunciar o seu empenho na elevação do FPM.

Do presidente da CNM, Glademir Aroldi, Bolsonaro ouviu uma cobrança pela aprovação de uma emenda constitucional que institua o caráter permanente do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que se encerra este ano.

Aroldi também disse que a reforma da Previdência é uma “pauta estruturante” e disse que espera que seja fechado, ao fim do encontro, uma posição da confederação favorável à proposta. O líder dos prefeitos, entretanto, manifestou-se contra mudanças na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC). De acordo com ele, a economia de muitos municípios, principalmente os menores, depende das aposentadorias dos trabalhadores rurais.

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) também compareceu ao evento. Este foi o primeiro encontro público de Maia com Bolsonaro após a troca de farpas entre os dois ao longo do mês de março. Na segunda-feira 8, Maia chegou a dizer que não seria “mulher de malandro”, ao afirmar que não iria ficar articulando pela aprovação da nova Previdência e “apanhando” da base eleitoral de Bolsonaro.

Diante dos prefeitos, o parlamentar foi enfático ao defender a reforma para que o governo federal abra mais espaço no orçamento e direcione mais recursos para os entes federativos. De acordo com Maia, as despesas previdenciárias crescem 50 bilhões de reais a cada ano.

“Nós precisamos enfrentar o debate das despesas, o problema é a estrutura cara do governo federal, do Congresso Nacional e do Judiciário. Temos que compreender que, nos últimos trinta anos, o Congresso Nacional atendeu muitas corporações públicas e privadas que capturaram o orçamento da União e hoje o governo federal tem poucos recursos para realizar os próprios investimentos. De cada 100 reais, 94 reais são despesas obrigatórias”, disse Maia.

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O presidente da Câmara explicou aos prefeitos que está dialogando com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para dar andamento nas pautas municipalistas após a discussão da reforma da Previdência, como o aumento dos repasses federais ao FPM, compensação da Lei Kandir e cessão onerosa de recursos do pré-sal.

“Pedir apoio à reforma da Previdência não é para o governo federal, é para que possamos mudar a curva de recessão que o país vive nos últimos anos. A gente só vai poder inverter essa pirâmide quando as despesas federais pararem de crescer como elas crescem”, disse.

(Com Reuters, Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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