Ao falar após sair da UTI, Bolsonaro questiona ‘lisura’ das eleições
Presidenciável voltou a criticar as urnas eletrônicas, disparou contra Haddad e ironizou pesquisas que apontam sua derrota em um segundo turno
O candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) questionou a “lisura” das eleições de outubro em seu primeiro pronunciamento desde que passou pela segunda cirurgia abdominal, em consequência do atentado a faca sofrido em Juiz de Fora em 6 de setembro.
O capitão reformado do Exército e líder nas pesquisas falou num suposto risco “concreto” de fraude, embora não tenha apresentado nenhuma fraude. Também afirmou que se Fernando Haddad (PT) vencer, ele concederia um indulto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — questionado sobre esta possibilidade, o petista nega.
Filmado pelo filho Eduardo, Bolsonaro chorou assim que a câmera focalizou seu rosto na cama do hospital. Em seguida, agradeceu e elogiou os trabalhos das equipes médicas da Santa Casa de Juiz de Fora, de Minas Gerais, e do hospital Albert Einstein. ”Vocês salvaram a minha vida”, disse.
Na sequência, o presidenciável passou a contestar os rumos das eleições, as quais ele considera que podem ser fraudadas. ”Se essa fraude acontecer, acabou a democracia”, disparou. Ele reeditou também suas críticas habituais ao Supremo Tribunal Federal (STF) por ter acolhido uma ação da Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, contra o voto impresso.
“Lamento que a frase de maior força da senhora Raquel Dodge tenha sido a de que o voto impresso comprometeria a segurança das eleições”, disse. “Não temos qualquer garantia nessas eleições”, complementou o candidato do PSL.
Além disso, Bolsonaro ironizou as pesquisas de intenção de votos do instituto Datafolha. “A última narrativa é a de que perderemos no segundo turno para qualquer um”, disse. “Nossa preocupação não é perder no voto, é perder na fraude”, acrescentou. Por fim, o presidenciável disse que espera receber alta em uma semana.