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Ana Amélia é aposta de Alckmin para eleitorado conservador e da Região Sul

Com forte discurso antipetista, contra a corrupção e apoiada pelo MBL, senadora gaúcha é vista como arma para conquistar eleitores que flertam com Bolsonaro

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 17h27 - Publicado em 4 set 2018, 09h50

Candidata a vice-presidente na chapa encabeçada pelo ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), de 73 anos, foi escolhida como uma espécie de fiadora do discurso conservador da campanha tucana na tentativa de recuperar votos que migraram para Jair Bolsonaro (PSL).

Ela vai participar nesta terça-feira, às 15 horas, do primeiro debate com candidatos a vice-presidente da República, promovido por VEJA, com apoio do Facebook. Também estarão presentes Eduardo Jorge (vice de Marina Silva), Hamilton Mourão (vice de Bolsonaro) e Paulo Rabello de Castro (vice de Alvaro Dias). O encontro será transmitido pelo site de VEJA, pela página de VEJA no Facebook e também pela página oficial do Facebook Brasil.

Gaúcha de Lagoa Vermelha, Ana Amélia é formada em comunicação social pela PUC do Rio Grande do Sul e, em 2010, abandonou a carreira de colunista e comentarista do Grupo RBS, em Brasília, para concorrer a uma vaga no Senado. Foi eleita senadora pelo PP em seu estado com 3.401.241 votos, ou 29,5%. Em oito anos de mandato, apresentou 91 projetos de lei e  catorze propostas de emenda à Constituição.

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Em 2014, chegou a concorrer ao cargo de governadora, nas eleições vencidas por José Ivo Sartori (MDB). Ana Amélia recebeu 1.342.115 votos e ficou em terceiro lugar, com 22%, atrás do petista Tarso Genro. Após o anúncio de seu nome como vice de Alckmin, a pepista gaúcha diz que “não foi uma decisão fácil” aceitar o convite do tucano, por ter que trocar uma reeleição aparentemente tranquila ao Senado pela incerteza da corrida presidencial.

Apoiada publicamente pelo MBL (Movimento Brasil Livre), ela, como parlamentar, atuou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Votou a favor da PEC que estabeleceu um teto para os gastos públicos federais, em 2016, e, no ano seguinte, votou favoravelmente à reforma trabalhista. Foi contra a manutenção do mandato do senador mineiro Aécio Neves (PSDB), atingido por denúncias de corrupção, e defendeu a saída de Michel Temer (MDB) do cargo após as delações da JBS.

Em 2014, descobriu-se que ela exerceu, em 1986, um cargo de comissão no Congresso, como assessora de seu marido, Octávio Omar Cardoso, ao mesmo tempo em que atuava como jornalista. Cardoso, à época, era “senador biônico” (nomeado pela ditadura). Ele morreu em 2011. Ana Amélia afirmou que seu trabalho como assessora era compatível com a atividade de jornalista e que a Lei de Nepotismo, de 1988, é posterior ao caso.

Em 2015, afirmou ter cogitado deixar seu partido devido às denúncias envolvendo colegas de sigla em esquemas de corrupção na Petrobras. O PP é um dos partidos com o maior número de investigados na Lava Jato, operação que ela já defendeu publicamente.

Em abril deste ano, protagonizou uma polêmica com a colega Gleisi Hoffmann (PT), ao relacionar a TV árabe Al Jazeera, que entrevistou a senadora petista, com o terrorismo do Estado Islâmico. Criticada por suas declarações, afirmou posteriormente que não foi agressiva e que tinha sido “movida pela emoção” no momento de sua fala.

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