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Aliados de Bolsonaro apostam em horário eleitoral para reverter rejeição

Campanha de 2022 deve ter menos influência de redes sociais e Lula com mais tempo na TV

Por Letícia Casado 13 fev 2022, 12h01

A campanha de 2022 vai ser diferente da de 2018, com menor influência das redes sociais e maior peso das mídias tradicionais, dizem aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL). Assim, o entorno do presidente reconhece que ele vai precisar aproveitar cada segundo do horário eleitoral gratuito para reverter a alta rejeição ao governo.

“Ele vai fazer uma campanha com tempo de televisão. Vai ter oportunidade de prestar contas do que ele fez já durante a campanha do primeiro turno. E vai chegar no segundo turno com a opinião pública formada a favor dos pontos positivos do governo”, diz o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).

Desta vez, o presidente não poderá se vender como novato na cena política, terá que contrapor a proposta de governo ao que de fato foi realizado em sua gestão e rebater críticas ao seu mandato.  “Vai ser um ano de informação do que foi feito pelo governo — e essa informação se dará no horário eleitoral, porque, pela conjuntura estabelecida, o presidente tem dificuldade de comunicar-se através da mídia tradicional”, afirma Barros.

A pesquisa mais recente da consultoria Quaest divulgada dia 9 mostra que a desaprovação ao governo Bolsonaro é maior entre os eleitores que se informam sobre política principalmente pela televisão. Nesse recorte, 59% dos entrevistados têm uma avaliação negativa da administração federal, ante 24% de regular e 15% de opinião positiva. Entre os que se informam majoritariamente por meio de sites, blogs e portais de notícias, a situação é menos pior para o chefe do Executivo: 30% de avaliação positiva, 52% negativa e 17% regular.

No entanto, Bolsonaro deve ter menos tempo do que seu principal adversário, o ex-presidente Lula (PT). Uma simulação feita pela consultoria Arko Advice calcula que o petista pode ter 4 minutos e 7 segundos em 46 inserções diárias de 30 segundos, enquanto Bolsonaro teria 3 minutos e 35 segundos em 40 inserções por dia na propaganda de rádio e TV. A simulação considera um bloco de 12 minutos e 30 segundos da propaganda eleitoral.

A lei eleitoral estipula que 10% do tempo de TV é dividido igualmente entre os candidatos e os outros 90% são divididos proporcionalmente levando em consideração o número de representantes na Câmara.

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