O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente da República eleito, será o coordenador da transição entre os governos de Jair Bolsonaro e de Luiz Inácio Lula da Silva, que venceu a eleição presidencial e assume o país a partir de janeiro de 2023. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 1º, pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, em São Paulo.
Alckmin terá como interlocutor o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que deve comandar a equipe de transição pelo lado do governo. Membros da comitiva petista, entre eles Gleisi e Mercadante, se reunirão com Nogueira já nesta quinta-feira, 3, em Brasília. A equipe de transição terá cerca de 50 integrantes — a força-tarefa inclui grupos de trabalho sobre temas diversos.
“O coordenador da transição é Geraldo Alckmin. Como o Mercadante foi coordenador do plano de governo e tem essa relação com os nossos programas, ele também estará junto na equipe”, afirmou Gleisi, que garantiu ainda que os partidos que integraram a coligação do PT também contribuirão com o grupo. São eles siglas como o PSB, Rede, Solidariedade, PSOL, PV e PCdoB.
De acordo com a dirigente, a participação na comissão de transição não significa, necessariamente, que o integrante ocupará algum ministério no futuro governo Lula. “Ainda não há decisão sobre ministério. O presidente Lula ainda não abriu essa decisão”, declarou.
Segundo Gleisi, um dos primeiros compromissos de Lula como chefe de estado eleito será a participação na Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-27), que acontece entre os dias 6 e 18 de novembro no Egito.
Por lei, a equipe de transição de governo é instituída a partir do segundo dia útil após o resultado da disputa presidencial e tem de ter acesso a informações sobre contas públicas, programas e projetos do governo federal.
Há um temor entre aliados de Lula de que Bolsonaro, que ainda não se pronunciou sobre o resultado da eleição, dificulte a passagem de cargo. Em razão disso, o TCU (Tribunal de Contas da União) anunciou na segunda-feira, 31, a criação de um comitê, formado pelos ministros Antonio Anastasia, Vital do Rêgo e Jorge Oliveira, para acompanhar o processo de mudança de um governo para outro. Também foi aberto um processo para monitorar o compartilhamento de dados brutos e analisar eventuais reclamações de supressão de dados.