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‘Acham que sou super-herói’, diz ex-líder da milícia Liga da Justiça

Ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, fala sobre parentes de milicianos no gabinete de Flávio Bolsonaro

Por Leandro Resende
Atualizado em 21 dez 2019, 11h00 - Publicado em 21 dez 2019, 10h00

Solto há pouco mais de um ano, depois de uma década de prisão por comandar a maior milícia do país, o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, 70 anos, se articula para disputar a prefeitura do Rio de Janeiro.

Diante de sua ficha corrida, o senhor acha que tem chances de ser prefeito do Rio? Sim. Fiquei anos dentro de um cofre por causa de uma armação do ex-governador Sergio Cabral, que não se conformou com o fato de eu ter dito que ele era ladrão. Não sou miliciano.

E o que dizer do sólido material de investigações sustentando que o senhor e seu irmão (o ex-deputado Natalino José Guimarães) lideraram a milícia Liga da Justiça? Não é verdade. Peguei uma cana danada por causa de mentiras. O Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que produziu o relatório de uma CPI contra as milícias, é um oportunista.

Como foi a experiência de ficar em presídios de segurança máxima? Conheci gente como o Fernandinho Beira-Mar, que aliás me tratou muito bem, com cortesia. Ele sabe o que é a dor de ficar ali.

Qual sua análise sobre o avanço das milícias no Rio? Antigamente, elas eram um mal menor, uma defesa para a comunidade. Hoje, partem para a extorsão e tudo isso aí.

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Elas sempre mataram, certo? Sempre. A morte faz parte do confronto com os bandidos.

O que o motiva a disputar a cadeira ocupada hoje por Marcelo Crivella? Quando deixei a cadeia, reparei que a violência no Rio havia piorado muito. E as pessoas do meu bairro vinham falar comigo como seu eu fosse um super-heroi e pudesse resolver as coisas. Sendo prefeito, eu posso.

Como pretende viabilizar seu nome? Vou me filiar ao PMB (Partido da Mulher Brasileira) e tentar um apoio do presidente Jair Bolsonaro, que ainda não fechou com nenhum candidato à prefeitura. Tenho certeza de que trabalharíamos muito bem juntos.

O senador Flávio Bolsonaro ficou enrolado quando veio à tona que ele empregou em seu gabinete parentes de Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe da milícia de Rio das Pedras e do Escritório do Crime (grupo de matadores do Rio), O senhor o conhece? Nunca vi esse Adriano. E, sinceramente, não vejo problema na ideia de Flávio contratar parentes dele. Um familiar não tem culpa pelo que o outro faz.

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