À Economist, Temer diz que prefere ser impopular a populista
À publicação britânica, presidente citou a si mesmo como um "claro exemplo de aposentadoria precoce" ao defender a reforma da Previdência
O presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou, em entrevista à revista britânica The Economist, que prefere “ser impopular a populista”. Esta é a primeira entrevista de Temer à publicação que já fez matérias sobre o boom econômico brasileiro em 2009, a crise financeira do ano passado e críticas à ex-presidente Dilma Rousseff.
A entrevista foi feita no último sábado no Palácio do Planalto, mas só foi publicada nesta quinta-feira. À revista, Temer diz que pretende entregar em 2019 um país “de volta aos eixos” com base nas reformas que visa aprovar no Congresso, onde tem uma “base extremamente sólida”, diz.
Para defender as mudanças nas regras da Previdência, o presidente cita a si mesmo como um “claro exemplo de aposentadoria precoce”. Atualmente com 76 anos, Temer se aposentou aos 55, sendo que a proposta de reforma enviada pelo governo ao Congresso estabelece idade mínima de 65 anos.
Na entrevista, o presidente também critica o excesso de siglas representadas no Legislativo, dizendo que o “Brasil não tem partido, só acrônimos”. Comenta sobre a frase “Fora Temer”, pintada em um viaduto visível no caminho que ele faz da residência oficial ao seu escritório, como “uma prova da vitalidade da democracia”; e passa a impressão de “ser o maior fã da Lava Jato, apesar de os eleitores suspeitarem que ele deseja mesmo frustrar as investigações”, diz a publicação.