A polêmica viagem do prefeito Eduardo Paes para conhecer a segurança de El Salvador
País da América Central é governado por Nayib Bukele, que tem conduzido a população de maneira autoritária, em meio a drásticas reduções da violência local

Embalado por um discurso cada vez mais conduzido pela Segurança Pública, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), planeja visitar El Salvador no próximo mês. A ideia é que ele viaje no dia 4 de maio para o país da América Central, onde o presidente Nayib Bukele reduziu drasticamente a taxa de homicídios e a violência local, sob o preço de sucessivas violações de direitos humanos, uma política de encarceramento em massa e restrições à liberdade de expressão.
A intenção de Paes é que a viagem inaugure uma agenda de visitas do prefeito a outras cidades do mundo, embora tal planejamento ainda não esteja finalizado. Em El Salvador, o objetivo é conhecer o que foi implantado no país e absorver ideias para o Rio de Janeiro, além de se encontrar com Bukele.
Próximo do chefe de Estado americano Donald Trump, o presidente salvadorenho já se gabou por ser o “ditador mais legal do mundo” e tem conduzido o país com mão de ferro. Apesar dos números positivos na Segurança Pública, Bukele soma episódios autoritários, como a invasão do Congresso local com soldados ao discordar do resultado de uma votação, a destituição de juízes e do procurador-geral da República junto à nomeação de aliados, assim como um histórico de prisões arbitrárias nas ruas.
De olho em 2026
Embora ainda não admita publicamente, Paes deve ser candidato ao governo do estado em 2026 e tem pontuado bem nas pesquisas preliminares. Mesmo sem o anúncio oficial, contudo, o prefeito tem investido na Segurança Pública como um dos principais motores de seu atual mandato à frente da capital carioca. Nesta terça-feira, 15, ele comemorou a aprovação na Câmara de um projeto que prevê armar a Guarda Municipal, uma iniciativa sua e que levou o Legislativo à ebulição nas últimas semanas.
Nas redes sociais, seu discurso também tem se endurecido, de olho em pesquisas internas que apontam a violência como uma das principais queixas do eleitorado fluminense. Tal como aconteceu no pleito municipal de 2024, o tema promete pautar também a eleição majoritária do ano que vem.