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À PF, Mauro Cid disse que Braga Netto tentou obter dados sigilosos de delação

General da reserva foi preso neste sábado por estar atrapalhando a produção de provas no processo que apura uma tentativa de golpe

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 dez 2024, 11h45 - Publicado em 14 dez 2024, 11h15

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou durante depoimento prestado à Polícia Federal em novembro que o ex-ministro Walter Braga Netto e seus “intermediários” tentaram obter detalhes sobre o seu acordo de delação premiada, mantido sob sigilo.

De acordo com Cid, a investida começou logo após ele fechar o acordo e ser solto. Os contatos se deram principalmente por meio de ligações ao pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o general Mauro Lourena Cid.

“Fazia um contato com o meu pai, tentavam ver o que eu tinha, se realmente eu tinha colaborado, porque a imprensa estava falando muita coisa, ele não era oficial, e tentando entender o que eu tinha falado. Tanto que o meu pai na resposta, que é aquela de terceiro, disse não, o Cid falou que não era”, afirmou Cid aos investigadores.

As informações foram omitidas nos primeiros depoimentos prestados por Cid à PF, quando, em setembro do ano passado, fechou um acordo de delação. No mês passado ele foi intimado a dar mais detalhes sobre o que sabia, sob o risco de ter a colaboração anulada.

Braga Netto foi preso neste sábado, 14, por estar “atrapalhando a produção de provas durante o processo”. O coronel da reserva Flávio Peregrino, um dos assessores mais próximos a Braga Netto, foi alvo de buscas. A PF encontrou na mesa de Peregrino, durante operação deflagrada em fevereiro, um documento com perguntas e respostas sobre a delação de Cid. No material consta, por exemplo, que o tenente-coronel não havia delatado nada sobre os generais Augusto Heleno e Braga Netto.

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No pedido de prisão, a PF ressaltou que Braga Netto agiu com “o objetivo de controlar as informações fornecidas, alterar a realidade dos fatos apurados, além de consolidar o alinhamento de versões entre os investigados”.

Pai de Cid confirmou contatos de Braga Netto

Em depoimento complementar prestado à PF no dia 6 de dezembro, o pai de Mauro Cid disse que Braga Netto “entrou em contato no período em que o acordo estava sendo realizado, logo após a soltura” do filho. O general Lourena, no entanto, disse não se recordar se os assuntos tratados tinham relação com o acordo de delação.

Uma perícia realizada no celular do pai de Cid demonstrou uma “intensa troca” de mensagens com Braga Netto em 8 de agosto de 2023, três dias após ser deflagrada uma operação que apurou a venda ilegal de joias recebidas por Bolsonaro. Todas as mensagens foram apagadas. No dia anterior, Braga Netto ligou e conversou por mensagens com o pai de Cid.

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General também relatou investidas

A PF também encontrou mensagens do general Mário Fernandes, outro indiciado e preso no inquérito da tentativa de golpe, relatando que os pais de Cid haviam ligado para Braga Netto e para o general Augusto Heleno para dizer que “é tudo mentira” sobre a suposta delação do ex-ajudante de ordens.

A mensagem foi enviada pelo general Mário a um coronel em 12 de setembro, três dias após Cid ter firmado o acordo de colaboração. Para a PF, Braga Netto tentou obter os dados da delação “como forma de tranquilizar os demais integrantes da organização criminosa de que os fatos relativos aos mesmos não estariam sendo repassados à investigação”.

O próprio general Mário Fernandes, por exemplo, não foi inicialmente citado por Cid. No decorrer das investigações, a PF encontrou um plano elaborado por ele para dar um golpe, matar autoridades e instituir um gabinete de crise.

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