A lição de André Mendonça sobre o problema da segurança pública no país
Em evento com empresários, ministro do STF contou estratégia adotada para melhorar índices de homicídios quando chefiava o Ministério da Justiça, em 2020
Participando de um evento com empresários promovido pelo LIDE em São Paulo, o ministro do STF André Mendonça pregou nesta segunda-feira que problemas como aqueles relacionados à segurança pública não são de responsabilidade única dos governos estaduais, mas do estado como um todo. Segundo o magistrado, é necessária a da força de todos os setores para o progresso em determinadas áreas.
Para embasar seu raciocínio, o ministro contou sobre uma conversa que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em abril de 2020, quando estava prestes a assumir o Ministério da Justiça.
“Eu, antes de assumir, o ex-presidente [Jair Bolsonaro] quando faz o convite me adverte. Era abril de 2020. ‘Nós vamos experimentar uma escalada do número de homicídios neste primeiro semestre, esteja preparado para isso’. Comecei a trabalhar em cima desses números, desenvolver políticas públicas, sabendo que de abril a junho eu não conseguiria ter o impacto de redução”, relatou.
Mendonça contou que o Brasil, de fato, passou por um aumento no número de homicídios no período. Relatou que isso aconteceu em estados governados por políticos de oposição a Jair Bolsonaro e que, ao invés de sua gestão culpabilizar tais governadores pelo resultado negativo, o então ministro da Justiça propôs a eles uma “força-tarefa conjunta”.
“Nós fizemos isso no Ceará e no Rio Grande do Norte e, sem alarde, em uma semana em cada estado foram mais de 200 prisões. Infelizmente logo depois de implantar esse projeto eu saio do Ministério da Justiça. O que eu quero dizer com isso é que há questões que são de estado, não são de governo. E nós precisamos de todos os setores”, completou.
Desde uma recente megaoperação das forças policiais contra o Comando Vermelho no Rio, o debate sobre a segurança pública passou a dominar o noticiário. Na ocasião, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e o governo Lula trocaram acusações sobre quem seria o maior responsável pelo resultado de mais de 120 mortos.
Enquanto isso, propostas como a PEC da Segurança seguem paradas. Apresentado pelo governo federal em abril, o projeto visa uma maior articulação das forças de segurança nacionais além de outras medidas estruturais de combate ao crime organizado, mas foi parar em uma comissão especial da Câmara e, na prática, entrou em compasso de espera.
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