A fala de Lula que pode provocar um estrago na conversa com Trump
Ou... é estratégia ou escorregão do presidente brasileiro?
Empoderado pelos erros da direita, Lula parece ter entrado em uma nova fase falastrona. O presidente, que sempre teve vocação para o improviso, agora fala com a confiança de quem olha o outro lado do ringue e vê apenas desorganização. Enquanto a oposição tropeça em brigas internas, o petista avança no discurso — e anuncia, com a naturalidade de quem fala de si mesmo, que será candidato a um quarto mandato. E fala isso na Indonésia.
A decisão não surpreende. Lula enxerga um campo sem adversários consistentes e tenta preencher o vácuo político com sua própria voz — a eterna hegemonia que impõe na esquerda. Mas há um risco em acreditar demais no próprio eco. Quando o discurso passa a andar sozinho, sem a cautela da estratégia, o improviso vira armadilha.
Foi o que se viu na fala sobre o dólar. Ao criticar a moeda americana como referência do comércio internacional, Lula quis reforçar a retórica da soberania, o velho argumento da autonomia do Sul global diante do poder dos Estados Unidos. O problema é o momento: a declaração veio às vésperas de uma reunião com Donald Trump, cujo governo ameaça impor tarifas que podem afetar diretamente a economia brasileira.
O “tarifaço” não é detalhe técnico. É política pura. E economia também. Qualquer tensão comercial com Washington pode encarecer exportações, frear investimentos e comprometer o humor da economia. E, num país que elege olhando o bolso, o efeito disso em 2026 pode ser devastador.
A cena é paradoxal. O mesmo Lula que se apresenta como o líder global capaz de dialogar com todos arrisca, por excesso de fala, um encontro decisivo com o homem que hoje dita o rumo da Casa Branca. Trump não é conhecido pela paciência diplomática. Nem pela previbilidade. A química pode azedar antes mesmo do aperto de mãos.
Há algo de simbólico nesse contraste. O Lula do terceiro mandato fala menos do que o Lula do primeiro…? Está mais solto, mais seguro — e, por isso mesmo, mais vulnerável. A experiência o protege da ingenuidade, mas talvez o empurre para o excesso de auto-confiança.
A questão que fica é se há cálculo ou descuido. Lula fala demais porque quer impor uma narrativa de força? Ou porque, empoderado pelos erros dos outros, começa a acreditar que pode se dar ao luxo de errar também? É estratégia ou escorregão antes da conversa com Trump?
No Cerrado, nova geração transforma fazenda em modelo de agricultura regenerativa
Como música póstuma de Marília Mendonça saiu do papel sem Inteligência Artificial
Como brasileiro pretende gastar o prêmio milionário do príncipe William
Itamaraty vê clima esfriar para nova conversa com os EUA sobre o tarifaço
Ana Maria Braga comete gafe ao vivo em comentário sobre a COP30







