A caça às bruxas promovida pelos sindicalistas no Banco do Brasil
Entidade divulgou nota com duras críticas à gestão do banco depois que a cúpula da instituição manteve filho de Hamilton Mourão em cargo de chefia
Ligada à CUT, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) divulgou uma nota na qual fez duras críticas à realocação de diretores do Banco do Brasil indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro a outros cargos importantes da instituição. A reação da Contraf ocorreu dias após a cúpula do banco ter decidido manter Antônio Hamilton Rossell Mourão, filho do senador Hamilton Mourão, ex-vice-presidente, em um cargo de chefia do BB.
No texto, a entidade faz referência ao nome do filho do senador, mas também de outros dois nomes: Pedro Bramont, atual diretor de Meios de Pagament, e Antonio Carlos Wagner Chiarello, diretor de soluções em empréstimos e financiamentos.
“Essas pessoas foram colocadas em cargos estratégicos do BB para atender anseios políticos do governo passado, que trabalhou para diminuir a participação do banco público no mercado de crédito, além de diminuir o número de agências e funcionários. Tudo isso apontava para atingir propostas do antigo ministro da Economia, Paulo Guedes, que nunca escondeu que o BB estava na lista das empresas que deveriam ser privatizadas”, escreveu Fernanda Lopes, uma das lideranças da Contraf.
Ainda de acordo com a nota, Chiarello teria se destacado por ajudar Antônio Mourão a ter uma rápida ascensão dentro do Banco do Brasil. Tanto Chiarello quanto Bramont, diz o texto, são próximos à família Bolsonaro.
“No BB, bolsonaristas estão sendo realocados, assediadores continuam em seus cargos e não foi esse o compromisso assumido pela nova gestão. O presidente Lula, reiteradas vezes, recomendou o afastamento de pessoas, com postos em estatais, que não estão em linha com a proposta de fortalecer as empresas públicas. Ignorar essa orientação atrapalha a implementação das novas diretrizes políticas do atual governo”, finalizou.