Política

8 de janeiro: Moraes concede prisão domiciliar a homem que fez live em cadeira do STF

Aildo Francisco de Lima terá de usar tornozeleira eletrônica e está proibido de acessar redes sociais

Por Laryssa Borges SEGUIR SEGUINDO 12 abr 2025, 09h39

Atentados do 8 de janeiro de 2023 — Altas penas impostas a golpistas é fermento para discussão de anistia no Congresso (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu prisão domiciliar a Aildo Francisco de Lima, preso pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, e determinou que o investigado use tornozeleira eletrônica e fique longe das redes sociais. No dia do quebra-quebra, Aildo fez uma live sentado na cadeira do próprio Moraes na Suprema Corte, de longe o edifício público mais destruído pela horda que tomou Brasília. A decisão do magistrado ocorre em meio à intensificação do discurso de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em favor da anistia aos condenados pela intentona que, em um segundo momento, visam a salvar a pele do próprio capitão, e contra altas penas impostas às pessoas que, insufladas por pendores antidemocráticos, depredaram as sedes dos Três Poderes nos primeiros dias do governo Lula.

Aildo estava preso desde setembro de 2023, após ter sido capturado em uma operação da Polícia Federal e levado para o Centro de Detenção Provisória II de Guarulhos (SP). No ano seguinte, a Primeira Turma do Supremo manteve a prisão por unanimidade, mas em despacho datado desta sexta-feira, 11, o ministro do STF afirma que o homem acusado de participar dos atos antidemocráticos pode responder ao processo em prisão domiciliar, combinada com as seguintes medidas cautelares:

Usar tornozeleira eletrônica
Não utilizar redes sociais
Não se comunicar com os demais envolvidos nos atos de 8 de janeiro
Não conceder entrevistas sem autorização do STF
Não receber visitas externas, exceto de familiares e de advogados

Em petição ao Supremo, a defesa do homem que fez a live da cadeira de julgamentos de Moraes havia pedido a concessão de liberdade provisória e alegado que era necessário que ele deixasse o Centro de Detenção de Guarulhos, entre outras coisas, porque o pai havia sido submetido a cirurgia de emergência para tratar de um aneurisma de aorta e ele tinha intenção de acompanha-lo no tratamento.