Zelensky pede ‘garantias de segurança’ para Ucrânia e Moldávia
Presidente ucraniano diz à cúpula de líderes europeus na Moldávia que os países precisam de salvaguardas contra a Rússia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu nesta quinta-feira, 1, para a comunidade internacional dar “garantias de segurança” concretas ao seu país e à sua vizinha Moldávia, de forma a criar salvaguardas duradouras contra a Rússia.
Seu apelo, em uma cúpula de 47 líderes europeus na Moldávia, ocorreu logo após a confirmação de que uma menina de 11 anos, sua mãe e outra mulher foram mortas em um ataque russo com mísseis em Kiev, na madrugada desta quinta-feira. Pelo menos 500 crianças foram mortas em investidas contra cidades ucranianas desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.
Primeiro a chegar ao encontro, o presidente ucraniano disse que também falaria na quinta-feira com “países parceiros” sobre a criação de uma “potencial coalizão de jatos aéreos” e uma coalizão de fornecimento de mísseis Patriot.
“Essa é a nossa nova iniciativa e precisamos muito dela”, disse Zelensky após um encontro bilateral de 20 minutos com a líder moldava, Maia Sandu.
“Acho que as garantias de segurança são muito importantes não apenas para a Ucrânia, [mas também] para nossos vizinhos, para a Moldávia, por causa da Rússia, suas agressões na Ucrânia e possíveis agressões em outras partes da Europa”, acrescentou.
Na quarta-feira 31, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu que a comunidade internacional oferecesse à Ucrânia garantias de segurança “tangíveis e críveis” ao estilo israelense, argumentando que isso seria do interesse do resto do continente.
As garantias de segurança são vistas como uma aliança de longo prazo com os Estados Unidos e a Europa, mas sem a adesão plena à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Segundo os países membros, isso não é possível enquanto a guerra está em andamento, pois arrastaria a aliança militar ocidental para o conflito ativo.
Uma possibilidade é que países como Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha poderiam colocar seus próprios soldados na Ucrânia no pós-guerra, da mesma forma que a Otan oferece segurança aos estados membros que fazem fronteira com a Rússia.
A cúpula está sendo realizada a apenas 20 km da fronteira ucraniana, no vinhedo Mimi Castle, que também fica a 5 km da Transnístria, uma região separatista da Moldávia – onde há soldados russos.
O acesso ao aeroporto principal foi restringido e aviões britânicos e da Otan patrulham os céus como parte de um exercício de defesa aérea.