Zelensky flexibiliza e se diz pronto para negociar fim da guerra, mas tem uma condição
Presidente da Ucrânia deve comparecer a conferência de segurança em Munique; enviado de Trump diz preparar 'opções' para encerrar conflito
Por
SEGUIR
SEGUINDO
Atualizado em 10 fev 2025, 14h26 - Publicado em 10 fev 2025, 09h35
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou no domingo 9 que estaria pronto para sentar-se à mesa de negociações com os russos para discutir um acordo para o fim da guerra em seu país e flexibilizou ainda mais, garantindo que aceitaria qualquer formato de tratativas. Ele só afirmou ter uma condição para que isso ocorresse: que exista “um entendimento de que os Estados Unidos e a Europa não nos abandonarão” depois do conflito ser encerrado.
O plano do presidente americano, Donald Trump, para um acordo rápido na Ucrânia não deve apenas interromper a guerra, mas também garantir que não possa mais haver nenhuma agressão russa, defendeu Zelenskyy em uma entrevista que foi ao ar no domingo.
Ele afirmou que a Ucrânia não deseja repetir a experiência de acordos de paz e negociações que falharam em produzir resultados nos anos que antecederam a invasão de Moscou, em 2022. Segundo o líder ucraniano, isso significa colocar em prática garantias de segurança.
“Simplesmente congelar o conflito levará repetidamente a mais agressões. Quem então ganhará prêmios e entrará para a história como o vencedor? Ninguém. Será uma derrota absoluta para todos, tanto para nós quanto para Trump”, disse Zelenskyy à emissora britânica ITV.
“Se eu tivesse um entendimento de que os Estados Unidos e a Europa não nos abandonariam e nos apoiariam e forneceriam garantias de segurança, eu estaria pronto para qualquer formato de conversas (com a Rússia)”, garantiu.
Trump, o mediador
As declarações vieram ao passo que Trump indicou estar em contato com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e que supostamente havia progresso nas negociações para encerrar a guerra. Caso confirmada, seria a primeira conversa oficial entre os dois líderes desde o início de 2022.
Questionado por repórteres a bordo do Air Force One presidencial no domingo, Trump não confirmou se realmente dialogou com Putin desde que voltou à Casa Branca, dizendo: “Eu cansei. Digamos que cansei… E espero ter muitas outras conversas. Temos que acabar com essa guerra.”
Keith Kellogg, o enviado especial dos Estados Unidos para a Ucrânia e a Rússia, disse a aliados em reuniões recentes que estava preparando opções para acabar com a guerra na Ucrânia, segundo o portal de notícias Semafor.
A publicação acrescentou que, em uma reunião, Kellogg disse que pretende se reunir e se coordenar com autoridades de todos os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apesar do expresso desprezo de Trump pela aliança militar ocidental.
Espera-se que Zelensky compareça à Conferência de Segurança de Munique (MSC), que acontece desta sexta-feira, 14, ao domingo, 16, onde a guerra com a Rússia estará no topo da agenda. A agência de notícias AFP informou que representantes seniores do governo também estarão na reunião.
“Presumimos que as negociações ocorrerão nos bastidores”, disse o presidente da MSC, Christoph Heusgen, em uma entrevista coletiva em Berlim.
Rota 22: PL quer colocar ‘bloco na rua’ mesmo sem presença de Bolsonaro
Alexandre de Moraes aparece com tipoia no STF; saiba o motivo
Milei versus papa: Igreja Católica responde aos ‘insultos’ do candidato
FMI prevê forte desaceleração no comércio global, com dano maior para emergentes
ACESSO LIVRE COM VIVO FIBRA