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O que é o ‘escudo’ contra Rússia que Zelensky propôs criar em conjunto com Europa

Após incursões de drones russos no espaço aéreo de membros da Otan, Ucrânia oferece experiência em defesa aérea a aliados europeus

Por Júlia Sofia SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 29 set 2025, 17h02 - Publicado em 29 set 2025, 16h51

Zelensky em Nova York — O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (Michael Kappeler/Getty Images)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, propôs nesta segunda-feira, 29, a criação de um escudo de defesa aérea conjunto com aliados europeus para enfrentar ameaças russas, após uma série de incursões recentes de drones e aviões de guerra no espaço aéreo de Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Em discurso no Fórum de Segurança de Varsóvia, feito por videoconferência, o líder ucraniano afirmou que o país poderia contribuir com sua experiência no combate a drones e mísseis.

“Propomos à Polônia e a todos os nossos parceiros a construção de um escudo conjunto, verdadeiramente confiável, contra as ameaças aéreas russas”, disse ele. “Se agirmos juntos na região, teremos armas e capacidade de produção suficientes.” A Ucrânia já se comprometeu a treinar as forças polonesas no combate a drones.

O tema da cooperação em defesa com Kiev esteve no centro das discussões durante o fórum anual de segurança em Varsóvia. Zelensky destacou que, se a Rússia perder a capacidade de atacar no ar, não poderá continuar a guerra com a mesma intensidade. “A Ucrânia consegue neutralizar todos os tipos de drones e mísseis russos”, garantiu.

No mês de setembro, Polônia, Romênia e Dinamarca sofreram incursões de drones russos que levaram ao fechamento de aeroportos e revelaram lacunas na capacidade de resposta da Otan. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, ressaltou que a escala das incursões mostra que “a comunidade transatlântica inteira precisa compreender que isto é guerra”.

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A Dinamarca registrou múltiplas interrupções em seu espaço aéreo, incluindo o fechamento do aeroporto de Copenhague e de duas pistas menores. Até o momento, as autoridades ainda não conseguiram determinar com precisão os responsáveis, embora a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, tenha apontado a Rússia como principal ameaça à segurança europeia. Zelensky sugeriu que alguns drones podem ter sido lançados a partir de navios-tanque no Mar Báltico, dificultando a resposta rápida dos países vizinhos.

Depois dos episódios, França, Alemanha e Suécia anunciaram apoio à Dinamarca durante cúpulas europeias na capital dinamarquesa, prometendo o envio de soldados, helicópteros e sistemas de detecção de drones. O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, destacou a necessidade de cooperação entre as indústrias de defesa europeias e ucranianas, reforçando a importância de um quadro regulatório mais flexível para viabilizar projetos conjuntos.

Na Romênia, o ministro da Defesa, Ionuț Moșteanu, informou que fragmentos de drones russos foram encontrados próximos à cidade de Tulcea, na fronteira com a Ucrânia. Incidentes semelhantes ocorreram na Polônia, com fechamento de quatro aeroportos após a entrada de drones russos, e na Ucrânia, que sofreu bombardeios por 12 horas seguidas no domingo 28, conseguindo neutralizar a maior parte das aeronaves hostis.