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Zelensky confirma pela primeira vez presença de tropas ucranianas em região da Rússia

Exército da Rússia já havia relatado diversas tentativas ucranianas de entrar em Belgorod

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 abr 2025, 09h58

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou pela primeira vez na segunda-feira, 7, que tropas da Ucrânia estão em posições na região de Belgorod, na Rússia, em uma operação para proteger cidades ucranianas perto da fronteira entre os países.

Em discurso televisionado, o presidente afirmou que o principal comandante da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, apresentou um relatório “sobre a linha de frente, nossa presença na região de Kursk e nossa presença na região de Belgorod”. Tropas ucranianas permanecem em partes da região russa de Kursk, oito meses após uma incursão transfronteiriça, embora as forças russas tenham recapturado grande parte do território perdido.

O presidente russo, Vladimir Putin, lançou uma invasão em grande escala à Ucrânia em 2022. Moscou atualmente controla cerca de 20% do território ucraniano.

+ Rússia diz que EUA não responderam ‘dúvidas’ sobre possível cessar-fogo na Ucrânia

“Continuamos com operações ativas nas áreas de fronteira do inimigo e isso é absolutamente justificado. A guerra deve retornar de onde veio”, disse. “Nosso principal objetivo continua o mesmo: proteger nossa terra e nossas comunidades nas regiões de Sumy e Kharkiv dos ocupantes russos”.

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No mês passado, o Exército da Rússia relatou tentativas ucranianas de cruzar para Belgorod, mas afirmou que tais ataques haviam sido repelidos.

Além da proteção de cidades fronteiriças ucranianas, o objetivo da operação em Belgorod pode ser usar a região em troca de áreas ucranianas ocupadas pro Moscou em possíveis futuras negociações de paz. Vários analistas de guerra, no entanto, questionam a viabilidade militar das operações de Kiev em solo russo, apontando para altas baixas de combate relatadas e dificuldades de fornecimento de armas.

Cessar-fogo

A fala de Zelensky se dá em meio às incertezas em torno de um cessar-fogo, mediado pelos Estados Unidos. Na segunda-feira, o Kremin afirmou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ainda é a favor da ideia de um cessar-fogo na Ucrânia, mas Moscou ainda não recebeu respostas para suas principais dúvidas sobre um eventual acordo.

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“O presidente Putin apoia a ideia da necessidade de um cessar-fogo. No entanto, antes disso, algumas perguntas devem ser respondidas”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “Essas perguntas ainda estão no ar; até agora ninguém deu uma resposta a elas”.

Segundo Putin, qualquer acordo de paz deve abordar o que Moscou vê como as “raízes” do conflito, essencialmente um cabo de guerra entre a Rússia e o Ocidente sobre o futuro da Ucrânia.

Putin disse que qualquer acordo de paz deve abordar o que Moscou vê como as causas básicas do conflito: essencialmente um cabo de guerra entre a Rússia e o Ocidente sobre o futuro da Ucrânia e a expansão pós-soviética da OTAN em direção às fronteiras da Rússia.

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O presidente russo sugeriu recentemente que as Nações Unidas deveriam assumir a tutela da Ucrânia até que o país escolhesse um novo líder, dizendo que Zelensky — eleito democraticamente em 2019 — não tem legitimidade para assinar um acordo de paz.

A proposta, segundo Putin, seria apenas uma das opções para o futuro da Ucrânia. Ele pontuou, contudo, que há precedentes internacionais para que o país passe a ser tutelado pelas Nações Unidas, citando os casos do Timor Leste e de partes da extinta Iugoslávia. Em resposta, Andriy Yermak, chefe de gabinete presidencial ucraniano, acusou Moscou de tentar dar continuidade à guerra e ignorar as tentativas de alcançar a paz.

Além disso, Putin concordou apenas com dois acordos limitados de cessar-fogo no Mar Negro e em ataques aéreos, recheados de condições, os quais não começou a implementar. No entanto, a troca de acusações de violação do pacto expõem a fragilidade da trégua, uma vez não ficou claro se as moratórias seriam implementadas imediatamente após o comunicado americano.

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Na semana passada, o Kremlin disse que Washington e Moscou estão trabalhando para alcançar um possível acordo de paz na Ucrânia e na construção de laços bilaterais, após o presidente americano, Donald Trump, dizer que estava “muito bravo” e “revoltado” com a abordagem de Putin.

+ Zelensky acusa Rússia de cometer 183 mil crimes de guerra na Ucrânia

O republicano, que tem feito manobras arriscadas e se aproximado de Putin para pressionar Kiev e Moscou a concordarem rapidamente com um acordo de cessar-fogo, também indicou que pretende impor uma tarifa de 25% a 50% contra países que compram petróleo russo. Trump ainda criticou os questionamentos de Putin à credibilidade do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apesar dele mesmo tê-lo chamado anteriormente de “ditador” devido à ausência de eleições. O mandato de Zelensky expirou no ano passado, mas não houve novo pleito porque o país está sob lei marcial (estado de guerra).

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