Zelensky acusa Otan de dar ‘sinal verde’ para Rússia continuar ataques
Presidente ucraniano criticou a decisão da aliança militar ocidental de não estabelecer uma zona de exclusão aérea em seu país
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, criticou nesta sexta-feira, 4, a decisão da decisão da Otan, aliança militar ocidental, de não estabelecer uma zona de exclusão aérea no seu país, sob invasão russa desde 24 de fevereiro.
“Hoje, a liderança da Aliança deu sinal verde para a continuação do bombardeio de cidades ucranianas, recusando-se a estabelecer uma zona de exclusão aérea”, afirmou Zelenski em vídeo divulgado pela presidência ucraniana.
“Durante nove dias assistimos a uma guerra brutal. Estão destruindo nossas cidades. Eles estão bombardeando nosso povo, nossas crianças, bairros residenciais, igrejas, escolas. E eles querem continuar. Sabendo que novos ataques e baixas são inevitáveis, a Otan decidiu deliberadamente não fechar os céus sobre a Ucrânia”, continuou.
“Entendemos que os países da Otan criaram uma história para si mesmos, segundo a qual o fechamento do espaço aéreo da Ucrânia provocaria uma agressão direta da Rússia contra a Otan”, finalizou o governante.
Mais cedo, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, havia rejeitado o pedido da Ucrânia de estabelecer a zona de exclusão aérea. “Os aliados concordaram que não deveríamos ter aviões sobre o espaço aéreo da Ucrânia, ou tropas da Otan no território da Ucrânia”, afirmou ele, após uma reunião de emergência da organização.
A posição foi defendida também pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken. Segundo ele, os aliados têm a responsabilidade de garantir que a guerra iniciada pela Rússia “não se espalhe” para fora desse país.
“Embora façamos todo o possível para dar aos ucranianos meios de se defenderem, temos a responsabilidade de garantir que a guerra não se espalhe além da Ucrânia”, disse Blinken em entrevista coletiva após participar de uma reunião ministerial da Otan.