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‘Vulcão misterioso’ que resfriou temperatura da Terra é descoberto

Em 1831, vulcão expeliu dióxido de enxofre na estratosfera, de forma a reduzir em cerca de 1ºC as temperaturas médias anuais do Hemisfério Norte

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 jan 2025, 16h08

Em 1831, um vulcão desconhecido entrou violentamente em erupção e, num paradoxo aos olhos leigos, foi responsável por resfriar a temperatura da Terra. Quase 200 anos mais tarde, pesquisadores do Reino Unido descobriram onde e qual vulcão esteve por trás de tão brusca mudança, mostrou uma publicação do jornal científico Proceedings of the National Academy of Sciences nesta segunda-feira, 30.

A investigação apontou para o vulcão Zavaritskii (também com grafia “Zavaritsky”) na Ilha Simushir, do arquipélago das Ilhas Curilas, área de disputa entre Rússia e Japão. Até então, acreditava-se que a estrutura geológica havia explodido pela última vez em 800 a.C. Em 1831, no último suspiro da chamada pequena Era do Gelo, o vulcão expeliu grandes quantidades de dióxido de enxofre na estratosfera, de forma a reduzir em cerca de 1ºC as temperaturas médias anuais do Hemisfério Norte.

“Zavaritskii está localizada em uma ilha extremamente remota entre o Japão e a Rússia. Ninguém mora lá e os registros históricos são limitados a um punhado de diários de navios que passavam por essas ilhas a cada poucos anos”, disse o principal autor do estudo, Dr. William Hutchison, pesquisador principal da Escola de Ciências da Terra e Ambientais da Universidade de St. Andrews, no Reino Unido, à emissora americana CNN.

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Como o estudo foi feito

Uma análise de núcleos de gelo da Groenlândia revelou que, em 1831, a precipitação de enxofre era cerca de seis vezes maior na Groenlândia do que na Antártida. Isso significa que, por lá, havia uma atividade vulcânica mais intensa. A descoberta motivou os cientistas envolvidos na pesquisa a imaginarem que a fonte da grande erupção teria sido um vulcão de latitude média no Hemisfério Norte.

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Eles, então examinaram quimicamente cinzas e cacos de vidro vulcânico de cerca de 0,02 milímetro de comprimento. As amostras foram comparadas com conjuntos de dados geoquímicos de regiões vulcânicas, e o resultado mostrou que as correspondências mais próximas estavam no Japão e nas Ilhas Curilas. Os registros japoneses eram bem documentados, ao passo que os vulcões das Curilas ainda não haviam sido verificados pelos pesquisadores. Eles compararam as amostras e, enfim, tiveram compatibilidade.

“Ainda estou surpreso que uma erupção desse tamanho não tenha sido relatada”, acrescentou Hutchison. “Talvez haja relatos de queda de cinzas ou fenômenos atmosféricos ocorrendo em 1831 que residem em um canto empoeirado de uma biblioteca na Rússia ou no Japão. O trabalho de acompanhamento para aprofundar esses registros realmente me empolga.”

A falta de informações sobre o local havia diminuído as suspeitas de que poderia ter causado a erupção de 1831. Os principais candidatos eram vulcões mais próximos da Linha do Equador. A situação de Zavaritskii não é isolada, uma vez que uma gama de vulcões são isolados ou mal monitorados, tornando uma difícil tarefa prever onde e quando será a próxima grande erupção ao redor do mundo.

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