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Vídeo chocante de abuso sexual na Índia gera revolta e pressão contra Modi

Caso ocorreu no estado de Manipur, governado pelo partido do premiê indiano, onde violência étnica aumenta descontroladamente

Por Da Redação
Atualizado em 21 jul 2023, 09h45 - Publicado em 21 jul 2023, 09h41

A população de Manipur, na Índia, iniciou protestos nesta sexta-feira, 21, pedindo que o primeiro-ministro do país, Narendra Modi, enfrente a violência étnica que assola o estado. O caso mais recente de agressão foi um vídeo chocante, revelado há dois dias, mostrando uma multidão de homens vestidos forçando duas mulheres a andarem nuas na rua, enquanto são espancadas com bastões.

O incidente na gravação, que viralizou nas redes, ocorreu em 4 de maio, de acordo com o Fórum de Líderes Tribais Indígenas (FLTI), um conglomerado que representa várias etnias indianas. Mas a polícia só fez as prisões depois que a filmagem foi publicada nesta semana.

Na quarta-feira 19, pelo Twitter, a polícia de Manipur descreveu a situação como “um caso de sequestro, estupro coletivo e assassinato”. E na quinta, as autoridades disseram que quatro pessoas foram presas, enquanto as operações policiais ainda estão em andamento. Mais de quarenta homens estão sendo interrogados em relação à agressão, segundo a agência de notícias Reuters.

As imagens horríveis circulam em meio a uma onda violência étnica no estado do nordeste da Índia, que é liderado pelo partido de Modi, o Bharatiya Janata. Segundo o conglomerado de etnias FLTI, a multidão de homens eram Meitei, o grupo étnico dominante de Manipur, enquanto as duas mulheres pertenciam à tribo Kuki-Zo, uma minoria.

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Um dia antes do incidente, a capital do estado, Imphal, entrou em convulsão depois que milhares de estudantes, a maioria da tribo Kuki, fizeram um protesto contra os Meitei, que estão tentando obter status tribal especial. Entre outras coisas, o status dá vantagem para comprar terras e oportunidades de empregos no governo. Desde então, mais de 100 pessoas foram mortas e dezenas de milhares fugiram.

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O caso de estupro coletivo ocorreu depois que uma vila das mulheres foi incendiada e dois homens foram espancados até a morte, de acordo com o FLTI.

Modi abordou a situação no estado pela primeira vez na quinta-feira 20, dizendo que estava triste e com raiva.

“O incidente em Manipur é vergonhoso para qualquer sociedade civil. O que aconteceu com as filhas de Manipur nunca pode ser perdoado”, declarou o premiê, acrescentando que “a lei seguirá seu curso com todas as suas forças”.

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A Suprema Corte da Índia ordenou na quinta-feira que os governos federal e estadual de Manipur tomassem “medidas imediatas”.

“Usar mulheres como instrumentos para perpetrar violência é simplesmente inaceitável em uma democracia constitucional”, disse o tribunal.

O principal partido de oposição da Índia, o Congresso, tem criticado veementemente a forma como Modi lidou com a questão. O presidente da legenda, Mallikarjun Kharge, disse na quinta-feira que “a humanidade morreu em Manipur”.

“O governo Modi Govt e seu partido transformaram a democracia e o estado de direito em uma modicracia [sic], destruindo o delicado tecido social do estado”, escreveu no Twitter.

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