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Venezuela sofre novo apagão

O episódio aconteceu na véspera de mais manifestações contra Maduro e é consequência da crise energética que se instalou no país desde março

Por Da Redação
10 abr 2019, 13h49

A capital Caracas e várias outras regiões da Venezuela voltaram a ficar sem luz na noite de terça-feira 9, na véspera de uma nova jornada de protestos convocada pelo presidente interino opositor Juan Guaidó contra o ditador chavista Nicolás Maduro e o colapso dos serviços básicos no país sul-americano.

O apagão, que foi o maior da última semana, começou às 23 horas no horário local (00h no de Brasília) e afetou pelo menos 20 dos 23 estados do país, de acordo com relatos de venezuelanos nas redes sociais.

Uma hora depois do corte, a luz começou a voltar em algumas zonas da capital. O governo e a estatal Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec) não deram qualquer explicação sobre as causas ou o alcance da nova queda de energia.

“O Estado-Maior Elétrico”, uma entidade criada para enfrentar a crise de energia venezuelana, “está trabalhando para restabelecer o serviço”, informou o canal estatal VTV durante a madrugada.

Pouco depois do corte, o site de monitoramento Netblock.org informou que a energia elétrica estava disponível em apenas 10% do território.

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Crise prolongada

O episódio desta terça faz parte de uma crise que começou no último dia 7 de março, quando um apagão deixou quase toda a Venezuela sem energia por cinco dias. Desde então, o país registrou cortes de energia consecutivos, que afetam o fornecimento de água, transportes e serviços de telefonia e internet.

O governo de Nicolás Maduro afirma que os apagões são provocados por ataques “eletromagnéticos, cibernéticos e físicos” contra a central hidroelétrica de Guri, que produz 80% da energia consumida no território, e acusa os Estados Unidos de estarem por trás do problema para gerar caos entre a população.

Embora não tivessem a mesma magnitude, as falhas elétricas são habituais na Venezuela há anos. A oposição e especialistas apontam como causas a deterioração da infraestrutura por falta de investimentos e manutenção.

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Para lidar com o atual status do problema, há alguns dias um plano de racionamento de energia elétrica que exclui Caracas, depois que os apagões obrigaram o regime a suspender as aulas temporariamente e a reduzir o horário de trabalho.

Os cortes abruptos danificaram os sistemas de bombeamento de água e geraram uma falha generalizada no abastecimento.

O novo apagão acontece em meio à disputa de poder. Guaidó, que se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro e foi reconhecido como tal por mais de 50 países, convocou para esta quarta-feira uma nova jornada de protestos para tirar Maduro do poder, sob o lema “Não vamos nos costumar”, parte de sua “operação liberdade”, com a qual busca destituir Maduro, instalar um governo de transição e convocar novas eleições.

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