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Venezuela: repressão fere deputado em protesto

Desde o início de abril, a repressão matou 27 venezuelanos e outros 1.584 foram detidos

Por Da redação
1 Maio 2017, 15h39

Militares e policiais impediram nesta segunda-feira o avanço de marchas opositoras rumo ao centro de Caracas, na Venezuela, dispersando os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo. Um deputado da MUD (Mesa da Unidade Democrática) ficou ferido após ser atingido na cabeça por uma das bombas laçadas pela Guarda Nacional Bolivariana (GNB). Desde o início de abril, a repressão contra opositores matou 27 venezuelanos e outros 1.584 foram detidos.

Juan Manuel Olivares participava do protesto no bairro de El Paraíso quando foi ferido. No bairro, próximo ao centro da cidade, foi onde os conflitos ficaram mais violentos após um grupo grande de manifestantes tentar quebrar um dos cordões de segurança feito pelos policiais e militares.

Jovens encapuzados desafiaram a guarda venezuelana lançando pedras e outros objetos contra a barreira militar. “Liberdade Liberdade!”, gritou a multidão após a reação da Guarda Nacional, enquanto nos edifícios vizinhos as pessoas batiam panelas.

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Os protestos foram convocados pelos partidos da oposição para marcar o dia 1º de maio e desafiar mais uma vez o governo de Nicolás Maduro. Os manifestantes tentam chegar à sede do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) e do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para exigir eleições gerais. Todos as ruas que levam ao centro de Caracas e aos prédios do governo foram bloqueadas pelas forças de segurança.

O transporte em Caracas funciona parcialmente e 31 estações de metrô estão fechadas.

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Chavistas

Maduro também lidera uma concentração de seus seguidores na Plaza Bolívar, no centro de Caracas, nesta segunda-feira. O bairro é considerado um reduto dos chavistas e é onde estão localizados os prédios do CNE, do TSJ e de outros poderes públicos.

Na véspera da comemoração do Dia do Trabalhador, o presidente venezuelano aumentou o salário mínimo mensal – salário básico e bônus alimentar – de 150.000 a 200.000 bolívares (de 665 reais para 885 reais, na taxa oficial).

Mas a oposição afirma que este reajuste salarial mostra o desastre da gestão econômica e que a crise se resolverá quando Maduro, cujo mandato – que termina em janeiro de 2019 e é rejeitado por sete em cada dez venezuelanos, segundo pesquisas privadas – deixar o poder. O país com as maiores reservas de petróleo do planeta sofre uma severa escassez de alimentos e remédios e uma inflação, a mais alta do mundo, que o FMI estima em 720% para 2017.

(Com AFP)

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