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Venezuela: governadores opositores boicotam a própria posse

Os políticos recém-eleitos seriam empossados diante da Assembleia Constituinte, considerada inconstitucional pela oposição

Por Da redação
Atualizado em 18 out 2017, 19h30 - Publicado em 18 out 2017, 18h07

A oposição da Venezuela se recusou a empossar seus governadores recém-eleitos diante da Assembleia Constituinte pró-governo, que considera inconstitucional. O presidente Nicolás Maduro afirmou que os políticos que não se apresentarem à Constituinte não poderão assumir seus cargos.

“Os governadores eleitos só serão empossados tal como estabelecido na Constituição e nas leis da República”, disse a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) em um comunicado divulgado nesta quarta-feira. A MUD e governos da América e da Europa não reconhecem a legalidade da Constituinte, formada por membros do governo de Maduro.

A sessão de posse aconteceu na tarde desta quarta, sem a presença dos cinco governadores opositores. A vice-presidente da Assembleia, Delcy Rodríguez, convidou os políticos a se apresentarem aos membros da Constituinte nos próximos dias.

Segundo a lei, os governadores devem ser empossados ante os conselhos legislativos regionais, mas os opositores estão de mãos atadas, já que a maioria desses conselhos é governista. Ainda não está claro o que acontecerá se os cinco políticos forem destituídos, mas a Constituinte tem poderes absolutos e com certeza decidirá como serão substituídos.

Acusação de fraudes

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) pró-Caracas anunciou no meio da noite que os governistas também conquistaram Bolívar, estado do sul do país onde os votos da eleição foram contabilizados por último. Isso significa que o partido do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ficou com dezoito dos 23 governos estaduais na votação de domingo.

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O candidato opositor Andrés Velásquez acusou o CNE de invalidar algumas cédulas a seu favor. Cerca de cinquenta pessoas protestaram nesta quarta-feira contra o resultado, embora a manifestação tenha durado pouco. Apoiadores da oposição também entraram em conflito com as forças do governo na cidade na segunda e na terça-feira.

Os resultados das eleições em outros estados também foram questionados pela MUD e pelos Estados Unidos, Canadá, União Europeia e doze países da América Latina. Todos pedem a realização de uma auditoria independente, já que consideram que o poder eleitoral serve ao governo.

A oposição, que aparecia como favorita nas pesquisas, denunciou uma série de irregularidades no processo, como o uso de cédulas confusas e a realocação de última hora de zonas eleitorais onde o voto opositor era maioria. Mas também começou a reconhecer suas responsabilidades. Um dos principais dirigentes da MUD, Henry Ramos, admitiu que “a abstenção afetou terrivelmente” os resultados.

(Com Reuters e AFP)

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